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Início Bem viver Cultura

Conflito

Visita de congressista dos EUA a Taiwan pode gerar crise sem precedentes, avalia especialista

Para Diego Pautasso, fato demonstra recrudescimento das relações dos Estados Unidos com a China

10.ago.2022 às 15h44
Porto Alegre
Walmaro Paz

Diego Pautasso é cientista político especialista em relações com paises orientais - Arquivo pessoal do entrevistado

A visita rápida da congressista norte-americana Nancy Pelosi à ilha de Taiwan, considerada província rebelde pelo governo da Republica Popular da China, além de aumentar a tensão no Extremo Oriente, pode redundar numa crise sem precedentes para toda a humanidade. Praticamente derrotado na provocação contra o eixo sino-soviético na Ucrânia que resultou numa carnificina naquele país, sem uma reação direta do chineses, os Estados Unidos resolveram abrir outra frente de provocações diretamente na China.

De acordo com o informativo da BBC, três grande crises marcam a história das relações sino-norte-americanas. A primeira logo depois da Guerra da Coreia (1950-1953), quando os Estados Unidos consideravam que o estreito de Taiwan, que separa a China continental da ilha – então chamado de "Estreito de Formosa" – deveria permanecer neutro. Taiwan invadiu outras ilhas no estreito Quemoy e Matsu e os chineses liderados por Mao Zedong reagiram firmemente. As hostilidades somente cessaram quando os Estados Unidos anunciaram publicamente sua disposição de utilizar armas nucleares contra a República Popular da China para defender Taiwan.

A segunda se deu quando, já com armamentos nucleares próprios em 1975, a China iniciou um processo de retomada das ilhas e os Estados Unidos mobilizaram a sua frota estacionada no Japão para o estreito. Depois disso, nos anos 70, os Estados Unidos reconheceram a República Popular da China e passaram a ter relações diplomáticas.

A última grande crise ocorreu em 1995, com a visita do então presidente taiwanês Lee Teng-hui à Universidade Cornell, em Nova York (Estados Unidos), onde ele havia estudado. A China considerou essa visita uma traição norte-americana ao seu compromisso de respeitar o conceito de "uma só China".

A atitude provocativa da congressista pode levar a uma situação sem precedentes, se em outras crises a ameaça de guerra atômica feita pelo império amedrontou os chineses, forçando um recuo. A resposta atual pode ser a invasão imediata da província rebelde. Aliás, a República Popular da China já fez exercício militares significativos na última semana.

O Brasil de Fato RS resolveu buscar maiores esclarecimentos sobre a questão numa entrevista com o cientista político e especialista em países orientais Diego Pautasso.

Veja a entrevista:

Brasil de Fato RS – Poderias  nos dar um pequeno relato histórico sobre a crise de Taiwan. Quando e por que  começou?

Diego Pautasso – O histórico da crise de Taiwan obviamente que remonta aos desfechos da revolução de 1949, após um longo período de guerra civil entre comunistas e nacionalistas, que foi entrelaçada por uma luta de libertação nacional. Sobretudo contra o imperialismo japonês, parte da elite, fração da elite leva para a ilha de Taiwan a República da China que havia sido proclamada no início do século XX, com a mesma bandeira, e se institui na ilha. Enquanto que no continente se proclama a República Popular da China, com uma nova bandeira, e com um novo poder, dando início então ao ciclo socialista.

Desde então, a China continental e a China insular são objeto de disputas, de conflitos. Com os Estados Unidos apoiando os pleitos de Taiwan, inclusive a ilha fica com um assento no Conselho de Segurança da ONU até 1971. Em 1971 um dos elementos da aproximação sino-estadunidense é retomada do assento no Conselho de Segurança da ONU por parte da República Popular da China, e ao mesmo tempo a política de uma só China. Ou seja, para reconhecer a China continental teria que considerar Taiwan apenas como uma província, mesmo que rebelde, do continente.

De lá pra cá quase todos os países passaram a estabelecer relação com a China continental, isso foi progressivamente levando ao isolamento de Taiwan. Então foi um consenso dos partidos Democrata e Republicano essa interação com a China, mas que recentemente vem se rompendo em favor de um crescente litígio entre China e Estados Unidos em diversos campos. E um deles é justamente em apoio ao atrito no estreito.

BdF RS – O que o governo chinês diz sobre isso?

Pautasso – Nesse sentido, o governo da China considera Taiwan província rebelde, considera que vai retomar a ilha com o tempo. Inclusive a estratégia chinesa não é de isolar, de sancionar, de cercar ou de tentar derrubar o governo, como os Estados Unidos costumam fazer com seus adversários, caso de Cuba por exemplo. Aliás, o maior parceiro comercial de Taiwan é a própria China, mas a China considera absolutamente inegociável uma eventual independência de Taiwan. O objetivo da China é trazê-la de volta, como trouxe Hong Kong, Macau, com o tempo, através do efeito gravitacional da sua economia.

O governo norte-americano tem utilizado a temática de Taiwan para recrudescer os conflitos com a China continental

BdF RS – Como a situação foi tratada pela China e Estados Unidos quando foram retomadas as relações?

Pautasso – Como eu destaquei na questão número um, com a aproximação sino-americana no início da década de 70, houve-se um consenso então que havia uma só China. Mas no último período o governo norte-americano tem utilizado a temática de Taiwan para recrudescer os conflitos com a China continental, e a visita da Nancy Pelosi é um elemento chave desse recrudescimento.

BdF RS – O que pode significar esta provocação?

Pautasso – Como eu destaquei, essa provocação americana é parte de um enorme recrudescimento das relações dos Estados Unidos com a China, que vem desde o governo Obama, que considerou a China o pivô da Ásia, e o grande desafio americano é a ascensão chinesa. Um documento recente da Otan considera a China a principal ameaça, e Taiwan, assim como o separatismo no Xinjiang, Hong Kong, o Mar do Sul da China e uma série de outras questões, fazem parte da guerra comercial das estratégias americanas pra frear, interditar e criar dificuldades a ascensão da China, que todavia parece irrefreável.

BdF RS – Qual será, no seu entendimento, a reação chinesa?

Pautasso – A China primeiro fez declarações muito duras as vésperas da visita de Nancy Pelosi, seguidas por manobras militares bastante duras e firmes, até então inéditas. A isso seguiu oito pontos de ruptura de contato com os Estados Unidos, sobretudo no campo militar, e eu creio que a posição da China vai ser de acelerar a retomada do controle sobre Taiwan. Então nesse sentido há um risco sim de aumento das tensões no estreito.

Assim como a Ucrânia foi uma tentativa de arrastar a Rússia para um conflito regional e para rivalidades com o Ocidente, com a Otan, com a Europa, há uma tentativa deliberada do que eu chamei de ucranização de Taiwan

BdF RS – A situação pode ter alguma relação com a guerra na Ucrânia ?

Pautasso – A questão de Taiwan obviamente que tem relação estreita com a questão da Ucrânia, por diversas razões. A primeira delas é que o conflito que ocorre entre Rússia e Ucrânia na verdade é uma guerra na Ucrânia, é uma guerra que não é local nem regional, e muito menos entre dois países. Na verdade, ali é o cenário de um conflito sistêmico entre Estados Unidos e Otan contra a Rússia, e não só contra a Rússia, mas contra a China, contra o eixo sino-russo, que é o principal eixo desafiante, polo desafiante à hegemonia dos Estados Unidos.

Assim como a Ucrânia foi uma tentativa de arrastar a Rússia para um conflito regional e para rivalidades com o Ocidente, com a Otan, com a Europa, há uma tentativa deliberada do que eu chamei de ucranização de Taiwan, ou seja, na impossibilidade de uma confrontação direta com a China, os Estados Unidos tentam arrastar a República Popular para um conflito com o vizinho, que para além da questão territorial e simbólica muito importante, representa 90% da produção dos chips de menos de 10 nanômetros, que são a vanguarda tecnológica e um componente chave para toda a indústria de ponta.

BdF RS – O que isto pode significar para o futuro da humanidade?

Pautasso – Obviamente que tanto o conflito da Ucrânia quanto o conflito do estreito representam recrudescimento entre o hegemon e os países desafiantes, sobretudo China e Rússia. Pode representar, por um lado, uma aceleração da transição sistêmica e, por outro lado, o risco de uma escalada de violência global, típica dos períodos de transição sistêmica em que há conflagração e guerras centrais com efeitos disruptivos e com efeitos globais. E claro, quanto mais acuada a potência hegemônica, que é o caso dos Estados Unidos, perdendo dianteira em diversos pilares de poder até então controlados por ele, sobretudo produtivo e tecnológico, então a possibilidade de um comportamento errático aumenta, colocando em risco obviamente toda a humanidade.


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Editado por: Marcelo Ferreira
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