Rio Grande do Sul

Patrimônio Histórico

Criada Frente Parlamentar em defesa do Instituto de Educação

Movimento entende que o prédio histórico de Porto Alegre deve permanecer somente como escola pública

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Deputada estadual Sofia Cavedon explica as razões da frente parlamentar em Defesa do IE - Foto Celso Bender ALERGS

A Frente Parlamentar em Defesa do Instituto de Educação General Flores da Cunha e seu conjunto Arquitetônico como Escola Pública foi instalada, quarta-feira (24), às 13h, no salão Júlio de Castilhos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A comunidade escolar cobra o avanço das obras de restauração do prédio e contesta a proposta do governo estadual de transformar parte da escola em um museu e um centro de aperfeiçoamento de profissionais, sob administração privada.

No evento, a deputada estadual Sofia Cavedon (PT) destacou que o prédio, construído em 1930, teve seu restauro licitado e contratado pela primeira vez em 2014. “Desde então, os governos que se sucederam fizeram novas licitações, mas sempre com largos períodos de interrupção e/ou paralisação dos trabalhos, pelos mais diversos motivos, e as obras foram retomadas pelo atual governo no início de 2022, mas avançam vagarosamente, em marchas e contramarchas”, enfatizou a parlamentar, que é a proponente da iniciativa.

Apesar da retomada tardia das obras de restauro, existe ainda outra preocupação: o anúncio do governo do estado de mudança unilateral do projeto licitado, de destinar parte do espaço da instituição para a instalação de um museu privado que, se levada a cabo, irá resultar na redução de aproximadamente mil vagas para estudantes. Antes do fechamento, a escola chegou a ter cerca de 2.500 alunos.

O Movimento em Defesa do Instituto de Educação, que congrega diversas entidades e representações sociais, tem se manifestado no sentido de que o Instituto deva permanecer 100% escola pública. Cobra que não sejam feitas alterações no projeto original, já que contempla os espaços para a função escolar, respeitando o projeto original feito há oito anos, que prevê áreas de tecnologia, ciência, esportes, cultura, inclusão, acessibilidade, segurança, climatização, e, principalmente, as vagas previstas. 

A presidente da Comissão do Restauro, Maria da Graça Morales, destaca que o novo desenho da escola é diferente daquele projetado pelo estado em 2014, cujo estudo e demais ações foram realizadas. “Não houve debate e participação da comunidade escolar, secretarias estaduais e órgãos do patrimônio na sua elaboração”, enfatizou.

Conforme a deputada Sofia, com a retomada das obras, o atual governo manifesta a intenção de dividir o local, com a instalação do Museu Escola do Amanhã e um centro de aperfeiçoamento dos profissionais da educação, administrados pela iniciativa privada por meio de uma Organização Social.

“A Frente Parlamentar se constitui como um instrumento de debates, esclarecimentos e resistência a imposições unilaterais que podem alterar o funcionamento do IE, e colocar em risco o conjunto arquitetônico do Instituto, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul (IPHAE) e referencial educacional, urbano, artístico e cultural de nossa capital do estado”, completou a parlamentar.

Estiveram presentes professores, funcionários e alunos do instituto; além de representantes da Secretaria Estadual de Educação, da Associação dos Ex-alunos do Instituto, Sinpro/RS, AOERGS, Andes, UGES, Umespa, Grêmios Estudantis dos Colégios Paula Soares e Protásio Alves, Círculo de Pais e Mestres do Instituto, entre outros.

* Com informações da Agência de Notícias da ALRS


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Edição: Marcelo Ferreira