Minas Gerais

REAÇÃO

Em MG, profissionais da enfermagem protestam contra decisão do STF de suspender piso salarial

Enfermeira relata que situação de trabalhadores é precária

Belo Horizonte (MG) | Brasil de Fato MG |
Crédito - Reprodução

Centenas de profissionais da enfermagem protestaram em Belo Horizonte (MG), nesta sexta-feira (9), contra a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, em suspender o piso salarial nacional da categoria.

Os manifestantes se reuniram na Praça Mário Werneck, em frente ao Hospital Santa Casa, e caminharam pela região Central da capital mineira.

Na última quarta-feira (7), a categoria já havia realizado um protesto pelo mesmo motivo. Segurando balões pretos e caracterizados com ‘nariz de palhaço’, a principal palavra de ordem dos profissionais foi “Nosso piso é lei”.

Durante a caminhada, simbolicamente, os manifestantes pararam em frente a hospitais e unidades de pronto-atendimento da capital mineira, denunciando a situação enfrentada pela categoria.

Situação precária

A enfermeira do Hospital João XXIII, Érika Santos, relembra que a categoria é a segunda maior em quantidade de profissionais do Brasil, sendo mais de 230 mil em Minas Gerais. Além disso, ela relata que a situação dos trabalhadores é precária, tendo carga horária extenuante e, muitas vezes, recebendo ‘apenas R$ 1.200,00’.

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“Não é possível  que uma categoria que tem que trabalhar com atenção e entregar um cuidado de excelência seja castigada dessa forma, sem ter condições mínimas de qualidade de vida”, argumenta Érika, que também é conselheira do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG).

Entenda

Após ampla mobilização popular, o Projeto de Lei (PL) 2.564/2020, de autoria de Fabiano Contarato (PT-ES), foi aprovado no Senado em 24 de agosto do ano passado. 

Na Câmara dos Deputados, a proposta foi aprovada por 449 votos favoráveis, e apenas 12 contra, em maio deste ano. O único partido que orientou o voto contrário ao projeto foi o Novo, legenda do atual governador de Minas, Romeu Zema.

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Com o projeto, estabeleceu-se  que o mínimo inicial para enfermeiros seria de R$ 4.750,00. Além disso, a proposta definiu 70% deste valor para técnicos de enfermagem e 50% para auxiliares de enfermagem e parteiras.

Sancionado pelo governo federal, uma liminar do STF, concedida por Barroso no domingo (4), suspendeu o piso salarial da categoria.

Na decisão, o ministro afirmou que o projeto não estabelece de onde virão os recursos para o pagamento dos profissionais.

Edição: Elis Almeida