Ronda Política

Militares farão contagem paralela dos votos, Marina Silva fecha apoio a Lula e mais

No total, as Forças Armadas irão contar os votos de 385 boletins de urnas eletrônicas

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
A medida se soma ao clima de animosidade criado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que vem lançando dúvidas sobre o processo eleitoral brasileiro - Fernando Frazão/ABr

As Forças Armadas farão uma contagem de votos paralela à apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante as eleições deste ano. De acordo com informação da Folha de S. Paulo, a ação consistiria em espalhar militares em seções eleitorais espalhadas pelo país que enviarão fotos do QR Code de 385 boletins de urnas eletrônicas para o Comando de Defesa Cibernética do Exército, em Brasília, que fará a contagem dos votos.

De acordo com os militares, a quantidade de 385 urnas garantirá um índice de confiança no resultado de 95%. A iniciativa é inédita no país desde a redemocratização.


Bolsonaro e Michele no discurso após desfile militar do Bicentenário da Independência, na capital federal / Reprodução/YouTube

A medida se soma ao clima de animosidade criado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que vem lançando dúvidas sobre o processo eleitoral brasileiro. Em recente entrevista à Jovem Pan, o mandatário afirmou que, caso as sugestões das Forças Armadas sejam acolhidas pelo TSE, as possibilidades de fraude serão reduzidas a próximo de zero. Uma das sugestões é a alteração do teste de integridade das urnas.

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"Próximo de zero não é zero. O que nós queremos não são eleições limpas?", disse o presidente. "Esse clima de animosidade poderia ter sido resolvido há muito tempo, se o ministro [Luís Roberto] Barroso, [ex-presidente do TSE,] não fosse para dentro da Câmara dos Deputados interferir diretamente numa Proposta de Emenda à Constituição que estava sendo votada e falava do voto impresso", complementou.

Marina Silva fecha apoio a Lula  

A ex-ministra do Meio Ambiente de candidata a deputada federal por São Paulo, Marina Silva (Rede), firmou apoio ao presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após encontro entre ambos neste domingo (11).

"Hoje, a meu convite, depois de muitos anos, reencontrei com Marina Silva. Relembramos da nossa história, desde quando nos conhecemos. Conversamos por duas horas e ela me apresentou propostas para um Brasil mais sustentável, mais justo e que volte a proteger o meio ambiente", escreveu o ex-presidente em suas redes sociais.


Lula e Marina Silva em encontro em São Paulo / Reprodução

O encontro deste domingo foi a primeira reunião formal desde que Marina Silva rompeu com o PT. Ela deixou o governo em 2008 e defendeu que as pautas do meio ambiente não eram prioridade no governo petista. O afastamento ficou mais evidente durante as eleições de 2014, quando a ex-ministra apoiou o Aécio Neves (PSDB) no segundo turno contra Dilma Rousseff (PT).

Gabriel Monteiro renuncia candidatura à Câmara 

O vereador cassado do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (PL) desistiu, neste sábado (10), de sua candidatura a deputado federal. A decisão ocorreu dias após o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) barrar a candidatura de Monteiro.

Já a decisão do TRE se deu em resposta a um pedido de impugnação feito pelo deputado federal André Barros (PSOL-RJ), com base no processo na Câmara Municipal do Rio que levou à cassação de Monteiro.


Vereador Gabriel Monteiro, do PL, já é réu na Justiça do Rio por assédio sexual e importunação / Câmara do Rio/Divulgação

Em 18 de agosto, a Câmara do Rio cassou o mandato de Gabriel Monteiro por quebra de decoro e ética. De acordo com o relatório produzido pelo vereador Chico Alencar (PSOL), Monteiro é acusado de: 1) filmagem e armazenamento de vídeo de relação sexual do vereador com adolescente de 15 anos de idade; 2) exposição vexatória de criança em vídeo de rede social para promoção pessoal; 3) exposição, abuso e violência física de um homem em situação de rua para simular crime de roubo; 4) assédio moral e sexual contra assessores; 5) perseguição a outros parlamentares da Casa; 6) uso de servidores de seu gabinete para atuação em empresa privada e (7) denúncias de estupro de quatro mulheres.

Cláudio Castro escolhe Thiago Pampolha como candidato a vice 

O governador do Rio de Janeiro e candidato à reeleição, Cláudio Castro (PL), escolheu o deputado estadual Thiago Pampolha (União Brasil) como o candidato à vice-governador em sua chapa para substituir o Washington Reis (MDB).

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Em 6 de setembro, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) rejeitou por unanimidade o registro da candidatura de Reis para o cargo de vice-governador. Isso porque o STF condenou Reis por crimes contra o meio ambiente e de irregularidade administrativa praticados enquanto era prefeito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A decisão tornou o político inelegível por oito anos.


Thiago Pampolha e Cláudio Castro / Divulgação

Nas redes sociais, Castro agradeceu a Reis e comunicou o novo nome. "A coligação agradece o trabalho de Washington Reis, que contribuiu para a campanha de Cláudio Castro com sua experiência de mais de 20 anos de vida pública", disse.

"Thiago Pampolha está em seu terceiro mandato como deputado e foi autor de leis em prol do meio ambiente, educação, geração de emprego, acessibilidade, cultura e esporte. No Governo do Rio de Janeiro, ocupou os cargos de secretário de Esporte, em 2017, e do Ambiente e Sustentabilidade, em 2020", concluiu.

Edição: Nicolau Soares