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Mulheres e política: programa Bem Viver discute baixa representação e violência de gênero

Entrevista com a cientista política Flávia Biroli destaca o neoconservadorismo e rejeição feminina a Bolsonaro

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Na última década, país se tornou palco de frequentes protestos envolvendo mulheres que levam pauta feminista às ruas - Mídia Ninja
A ativação de Michelle Bolsonaro procura feminilizar a imagem que não é só masculina, mas misógina

Segundo pesquisa Datafolha, encomendada pela Globo e pelo jornal Folha de S. Paulo, divulgada no sábado (10), 51% do eleitorado aponta o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) como o candidato que mais ataca as mulheres durante a corrida eleitoral. Esses dados refletem alguns dos elementos em questão na análise da representação das mulheres na política. 

Representando 53% do universo de votantes, a grande maioria das mulheres são contrárias às políticas de Jair Bolsonaro. De acordo com outra pesquisa Datafolha, divulgada no dia 1º de setembro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 48% das intenções de voto neste segmento, enquanto o atual chefe do Executivo soma 29% da preferência pelo voto feminino.

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Na entrevista da edição, a cientista política Flávia Biroli, professora da Universidade de Brasília (UNB), afirma que além dos episódios misóginos de Bolsonaro, o fato de as mulheres estarem na ponta de lança dos lares com maiores dificuldades financeiras, diretamente atingidos pela crise econômica e social do país, pode ser um componente que determina a rejeição ao atual presidente.

"Nós temos uma situação, nos anos recentes, de muita precarização associada, por exemplo, a lares chefiados por mulheres. O emprego das mulheres é mais precarizado e em termos socioeconômicos seus lares, aqueles em que elas são as principais provedoras, são mais empobrecidos", explica Biroli.

"As mulheres são também aquelas que mais foram afetadas por uma série de processos recentes. Mesmo antes da covid-19, a gente tem razões para compreender que as mudanças na legislação trabalhista, que retrocederam direitos, têm prejudicado mais as mulheres do que os homens", completa. 

Soma-se a isso, segundo Biroli, uma complexa mecânica pela qual opera o eleitorado brasileiro. Ainda que seja majoritariamente conservador, o comportamento dos votantes tem se alterado ao longo dos anos. "As disputas relacionadas a direitos, que têm a ver com o modo como as pessoas vivem a sua sexualidade, sua capacidade reprodutiva, essas disputas estão colocadas e elas não vão acabar amanhã nem depois", reforça. 

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Ao mesmo de destacar que a participação das mulheres deve ser decisiva nas eleições deste ano, Biroli ressalta o uso da imagem da primeira-dama na campanha à reeleição de Jair Bolsonaro.  

"Tem uma ativação de Michelle Bolsonaro para procurar feminilizar essa imagem que não é só masculina, mas misógina, e a busca de conexão com o eleitorado evangélico, com as mulheres evangélicas, isso é muito claro e tem sido analisado por uma série de colegas. Ela assume uma imagem, um modo de falar, uma linguagem que tem alvo certo. Esse alvo é o conjunto das mulheres evangélicas" analisa. 

Queimadas

O aumento dos focos de incêndios é uma situação preocupante na Serra do Cipó, em Minas Gerais. As pessoas que moram nos arredores da região, como em Santana do Riacho (MG), estão em alerta. Além do período de seca e baixa umidade do ar, a população relata práticas de queimadas criminosas. 

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No fim do mês passado, foi preciso adentrar áreas de difícil acesso para combater o fogo na região da Lapinha da Serra. O incêndio, que começou no dia 19 de agosto, e só foi totalmente controlado três dias depois, carbonizou uma das nascentes do território.

Antes mesmo de controlar a situação, a Brigada Cipó, que reúne voluntários no combate aos incêndios, foi acionada devido a outro foco de queimada. Dessa vez, a área atingida foi a região do Alto Palácio, considerada um “santuário”, devido à presença de espécies endêmicas do cerrado. Os brigadistas relatam que o incêndio foi criminoso e só conseguiu ser controlado no dia 25 de agosto.

Convivência com o Semiárido

As famílias agricultoras são, por essência, inventivas. Até porque, para conviver com o Semiárido é preciso estar sempre atento às possibilidades que possam melhorar a produtividade, economizar esforços e ter uma produção agroecológica. Assim, inúmeras inovações do campo técnico e organizativo surgem no Semiárido, podendo virar tecnologias sociais e beneficiar outras famílias agricultoras.

A fim de espalhar essas tecnologias para outras tantas famílias da Paraíba, do Semiárido brasileiro e até das áreas da América Latina, o polo da Borborema e a AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, elaboraram a série audiovisual “Terreiro das inovações camponesas”.

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A produção dos vídeos faz parte do Projeto Borborema Agroecológica, que busca fortalecer as capacidades das famílias camponesas para a adaptação às mudanças climáticas, como explica Adriana Galvão, assessora técnica da AS-PTA.

“Temos uma coleção de pequenos vídeos, de 5 a 7 minutos, trazendo como que se faz o uso de determinado produto para controle de pragas e doenças, como se faz um fogão agroecológico, porque utilizar determinada ração ou não, como fazer uma selagem e, dessa forma, conseguimos construir um ambiente bastante positivo ainda que virtual para que eles pudessem se relacionar”, relatou Adriana.


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Edição: Daniel Lamir