Violência

Colômbia registra assassinato de mais dois líderes sociais

Desafio para Petro, país teve 136 homicídios de lideranças sociais e defensores dos direitos humanos em 2022

São Paulo (SP) |
Perícia investiga cena de homicídio em Barranquilla, na Colômbia - Jesus Rico / AFP

Apesar da proposta de "Paz Total" do governo do novo presidente Gustavo Petro, a Colômbia teve mais dois líderes sociais assassinados no último final de semana. Para organizações populares, o legado de violência que o novo governo herdou será um dos principais desafios do novo mandatário.

As mais recentes vítimas são Sibares Lamprea Vargas, membro da União Sindical Trabalhista da cidade de Barrancabermeja, em Santander, e Sneider Ruiz, integrante da Guarda Interétnica Camponesa e Popular, assassinado em Fortul, Arauca. De acordo com a Defensoria Pública da Colômbia, nos primeiros 8 meses do ano, foram registrados 136 homicídios contra lideranças sociais e defensores de direitos humanos.

Líderes sociais reunidos em Bogotá defenderam que o atual governo deve dar uma guinada na política econômica e social a fim de assegurar a vida e a proteção nos territórios.

"Para nós, homens e mulheres do campo, da cidade, do movimento social e popular, haverá paz total quando houver mudanças estruturais no país, quando o modelo econômico tiver que mudar, quando a doutrina militar mudar, quando houver mudanças que permitam à sociedade viver em seus territórios, quando o campesinato retornar aos seus territórios, quando houver uma reforma agrária que permita ao campesinato, a homens e mulheres como Fredy, viver em seu território com segurança, com um pedaço de terra e com garantia de produção", afirma Adelso Gallo, presidente da Coordenação Nacional Agrária.

A Colômbia também registrou outro episódio de violência em Barranquilla. Amilo Gonzales Posso, presidente do Indepaz, afirma que o caso que deixou 11 pessoas mortas foi uma disputa entre os grupos criminosos Los Costeños e o Clã do Golfo pela exportação de cocaína. "Indica que há uma dinâmica e uma cultura de morte", diz Posso.

Edição: teleSUR