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Confira dicas de filmes produzidos no Rio Grande do Sul

O Brasil de Fato RS selecionou cinco produções gaúchas alternativas que você não pode perder

Brasil de Fato | Porto Alegre (RS) |
Cena do filme Legalidade, de Zeca Brito - Reprodução

Já que setembro no Rio Grande do Sul é tempo de valorizar as coisas da terra, o Brasil de Fato RS preparou uma lista de cinco filmes, com temáticas que vão de política a realidade indígena que você não pode perder. Confira:

Legalidade (2019)

Direção: Zeca Brito

O filme aborda o momento histórico brasileiro, em 1961, quando o presidente da República, Jânio Quadros, renuncia e seu vice, João Goulart, deve ascender ao posto. Para evitar que um golpe organizado pelos militares entrasse em curso, o governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, inicia um movimento inédito no país, pelo respeito à Constituição Federal. “Eu quis falar de meu país e das raízes políticas que ligam o Brasil à América Latina. A heroica façanha de Brizola liderando o povo em ato de coragem e civismo, garantindo a posse do presidente Jango e a soberania da nação. Através das ondas do rádio o despertar para a Constituição, o respeito ao voto popular. Um filme que trama ficção e realidade. Um romance que une visões opostas de mundo. Política, espionagem e comunicação, temas que articulam um dos momentos históricos mais intrigantes do país”, explica o diretor.


O dia em que Dorival encarou a guarda (1986)


Cena do filme O dia em que Dorival encarou a guarda / Reprodução

Direção: José Pedro Goulart e Jorge Furtado

Numa prisão militar, numa noite de muito calor, o negro Dorival tem apenas uma vontade: tomar um banho. Para consegui-lo, vai ter que enfrentar um soldadinho assustado, um cabo com mania de herói, um sargento com saudade da namorada, um tenente cheio de prepotência - e acabar com a tranquilidade daquela noite no quartel. Transgressão é a palavra que se aplica a esse curta-metragem de 14 minutos, inspirado numa história do gaúcho Tabajara Ruas.


O Caso do Homem Errado (2018)


Cena do filme O Caso do Homem Errado / Reprodução

Direção: Camila de Moraes

Documentário conta a história do jovem operário negro Júlio César de Melo Pinto, que foi executado pela Brigada Militar, nos anos 1980, em Porto Alegre. O crime ganhou notoriedade após a imprensa divulgar fotos de Júlio sendo colocado com vida na viatura e chegar, 37 minutos depois, morto a tiros no hospital. O filme traz o depoimento de Ronaldo Bernardi, o fotógrafo que fez as imagens que tornaram o caso conhecido, da viúva do operário, Juçara Pinto, e de nomes respeitados da luta pelos direitos humanos e do movimento negro no Brasil. Além do caso que dá título ao filme, a produção discute ainda as mortes de pessoas negras provocadas pela polícia.


Golpe (2020)


Arte de divulgação do filme Golpe / Divulgação

Direção: Guilherme Castro e Luiz Alberto Cassol

“Perderam em 64, perderam agora em 2016. Pela família, pela inocência das crianças em sala de aula, que o PT nunca teve, contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, pelo Brasil acima de tudo e por Deus acima de tudo, o meu voto é sim.” Assim declarou seu voto pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o então deputado federal Jair Bolsonaro (sem partido), em abril de 2016. Estava ali, mais uma vez exposta, a misoginia, o machismo, a idolatria à ditadura. Também, implicitamente, o autoritarismo, que vai se solidificando no poder. Esse é o enredo do documentário Golpe. Uma cronologia e reflexão sobre os fatos políticos recentes que marcaram a destituição de Dilma e a prisão de Lula.


Guata (2022)


Arte do filme Guata / Reprodução

Direção: Jorge Morinico, Epifanio Chamorro e João Mauricio Farias

Com 56 minutos, o documentário da Flow Filmes é uma produção Brasil, Argentina. Criação de dois cineastas indígenas Mbya-Guarani, um residente em aldeia em Missiones na Argentina, e o outro na aldeia Anhetenguá, em Porto Alegre. Apresenta uma das principais características do ethos Mbya-Gurani, sua intensa e ancestral mobilidade pelo grande território do Yvy Rupá, criado pelas suas divindades e entregue a eles como dádiva. Este Guata - caminhar - é contado com os realizadores caminhando como suas divindades fizeram ao criar o mundo. As dificuldades impostas pelos invasores de seus territórios, os espanhóis e portugueses, e a criação das fronteiras pelos juruás - não indígenas - são retratadas no filme.


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Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Katia Marko