BdF deu primeiro

Bruno e Dom: comissão da Câmara cobra governo sobre redução no efetivo da Força Nacional

Pedido é baseado em reportagem do Brasil de Fato que revelou queda no número de agentes que protegem servidores da Funai

Brasil de Fato | São Paulo |

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Relatora da comissão da Câmara vê "vulnerabilidade extrema" de servidores - Nelson Almeida/AFP

A comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha as investigações sobre as mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips pediu explicações ao governo federal sobre a redução do efetivo da Força Nacional no Vale do Javari. Os agentes foram enviados para reforçar a segurança dos servidores da Funai que trabalham na unidade do órgão indigenista na cidade de Atalaia do Norte (AM). 

O questionamento foi feito nesta terça-feira (20) pela relatora da comissão, a deputada Vivi Reis (PSOL-PA). No requerimento ao ministro da Justiça, Anderson Torres, a parlamentar perguntou se a redução na segurança foi baseada em análises técnicas, quantos agentes estão na região, se houve manifestação do presidente da Funai sobre a retirada de agentes e se o presidente da República foi comunicado sobre a diminuição do efetivo. 

Entenda: Efetivo da Força Nacional no Vale do Javari está em queda livre desde as mortes de Bruno e Dom

O requerimento foi baseado em reportagem do Brasil de Fato publicada no último domingo (18), que mostrou que os servidores da Funai continuam sofrendo ameaças. O primeiro contingente da Força Nacional, de oito homens, chegou com atraso e sem estrutura adequada no início de julho, um mês após as mortes. No começo de agosto, caiu para quatro agentes. Em setembro, houve nova redução pela metade, totalizando dois homens. 

Na solicitação, Vivi Reis classifica a situação dos servidores como de "extrema vulnerabilidade perante o crime organizado", principalmente na área de tríplice fronteira, dominada pelo narcotráfico. "Como se vê, a política anti-indígena, racista e antiambientalista do Governo Jair Bolsonaro é diametralmente oposta aos valores e a missão institucional que a Constituição Federal e os tratados Internacionais de Direitos Humanos propugnam".

 

Edição: Rodrigo Durão Coelho