Rússia e Ucrânia

Putin anuncia mobilização parcial da Rússia na guerra da Ucrânia

Líder russo diz que país está lutando contra o "Ocidente coletivo" e ameaçou usar armas nucleares

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Em pronunciamento, o presidente russo Vladimir Putin anuncia mobilização "parcial" da Rússia na guerra da Ucrânia - Kremlin.ru / AFP

O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou nesta quarta-feira (21) uma mobilização parcial dos cidadãos russos para a guerra na Ucrânia. A medida atinge os militares que estão na reserva e aqueles que serviram nas Forças Armadas. No total, mais 300 mil pessoas serão enviadas para o campo de batalha. O decreto foi assinado e publicado no site do Kremlin.

Em pronunciamento à nação, Putin declarou que "a Rússia se opõe ao Ocidente coletivo", que "procura dividir o país em pedaços". Portanto, para proteger a integridade territorial da Rússia, segundo ele, é necessário realizar uma mobilização parcial. 

"Para proteger nossa Pátria, sua soberania e integridade territorial, para garantir a segurança de nosso povo e do povo nos territórios libertados, considero necessário apoiar a proposta do Ministério da Defesa e do Estado-Maior de realizar uma mobilização parcial na Federação da Rússia", afirmou. 

Leia tambémRegiões do leste da Ucrânia confirmam referendo sobre adesão à Rússia entre 23 e 27 de setembro

"Serão convocados os cidadãos que se encontram atualmente na reserva, e sobretudo os que serviram nas Forças Armadas, que possuam determinadas especialidades militares e experiência relevante, estarão sujeitos ao recrutamento para o serviço militar. Os convocados para o serviço militar passarão por treinamento militar adicional sem falta, levando em conta a experiência de uma operação militar especial, antes de serem enviados às unidades", acrescentou Putin. 

O presidente russo também apoiou os referendos de adesão à Federação Russa nas autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, bem como nos territórios de Kherson e Zaporozhie, regiões ucranianas sob o controle da Rússia. 

Saiba mais: Vladimir Putin: anti-imperial ou nacionalista? Entenda a trajetória e como pensa o líder russo

Mais tarde, o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, explicou que a mobilização afetaria cerca de 1% do recurso total de mobilização da Rússia, e 300.000 reservistas seriam enviados para a zona de combate. Ele também prometeu não usar estudantes e recrutas.

Ontem, as autoridades pró-Rússia das regiões de Kherson e Zaporozhye da Ucrânia, bem como os chefes das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, anunciaram um referendo sobre a adesão à Rússia, que será realizado entre 23 e 27 de setembro.

O presidente russo disse que se a integridade territorial do país for ameaçada, a Rússia usará todos os meios à sua disposição.

"No caso de ameaça da integridade territorial da Rússia, usaremos todos os métodos, incluindo armas nucleares, isso não é um blefe", disse Putin.

Todas essas movimentações acontecem em meio à contraofensiva da Ucrânia, que desde o início de setembro vem anunciando a retomada do controle de territórios na região de Kharkov. 

Edição: Vivian Virissimo