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'Estamos em uma fase de turbulência, mas também cheia de esperanças', diz MRE da China na ONU

Na ONU, China defendeu multilateralismo e disse que os países em desenvolvimento não são mais "a maioria silenciosa"

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Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, discursa na Assembleia Geral da ONU. 24 de setembro de 2022 - Reprodução/YouTube/ONU

O Ministro da Relações Exteriores da China, Wang Yi, discursou neste sábado (24) na 77ª Assembleia Geral da ONU, expressando posições da China em defesa da multipolaridade, globalização econômica com respeito às diferenças culturais.

"Devemos fortalecer a solidariedade e nos opormos à divisão: paz, desenvolvimento, equidade, justiça, democracia e liberdade são valores comuns da humanidade, mas diferenças entre sistemas não deve ser uma desculpa para criar divisões", disse o ministro.

Para Wang Yi, o mundo hoje atravessa por 'uma fase de turbulência', com 'mudanças não vistas em um século' que estariam 'acelerando'. Nas palavras do ministro, esse momento histórico que impõe grandes desafios à humanidade é também uma 'fase cheia de esperanças':

"Também estamos em uma fase cheia de esperança, o mundo continua se movendo em direção à multipolaridade, globalização econômica está se aprofundando e nossas sociedades estão se tornando cada vez mais digitais e diversas culturalmente."

A China também defendeu a paz, e afirmou que aqueles que instigam a turbulência e as guerras por procuração ('proxy war') "podem acabar se queimando facilmente."

A defesa do mundo multipolar foi um tema recorrente na fala do ministro chinês, segundo o qual, os "países em desenvolvimento não são mais a maioria silenciosa nos processos internacionais e multilaterais". Segundo Wang Yi, a China e outros países em desenvolvimento "se tornaram um pilar na promoção do desenvolvimento cooperativo e salvaguarda da equidade e justiça" entre as nações.

Quanto às metas globais, Wang Yi defendeu que o desenvolvimento pacífico, bem como a eliminação da pobreza, devem estar no centro da agenda internacional. O ministro defendeu que esse desenvolvimento deve ser feito com mais cooperação e menos confrontação:

"A única forma de seguir em frente é a através da cooperação ganha-ganha."