Costuma-se associar a suástica com o nazismo, símbolo que Adolf Hitler e os seus apoiadores utilizaram para representar o Partido Nazista – Partido Nacional-Socialista Alemão.
No entanto, a “cruz gamada” remonta há mais de 5000 anos de história e já foi usada pelas mais diversas civilizações e culturas em diferentes tempos. Há evidências de já eram encontradas no Período Neolítico, há 7000 atrás. É um símbolo místico e etimologicamente, a palavra “suástica” deriva do sânscrito Svastika, que quer dizer boa sorte ou condutora do bem-estar.
Talvez o motivo que levou os nazistas escolher a suástica, que é uma sânscrita, remonta aos guerreiros Arianos, provenientes das estepes da Ásia Central, que invadiram o vale Indo, por volta de 1500ª.C, no período védico e ali estabeleceram seus fundamentos religiosos.
Quase todas as grandes sociedades através da história usaram este símbolo como os maias, celtas, judeus, cristãos, os antigos gregos e romanos, hinduístas e budistas.
A imagem da “cruz gamada” sempre foi usada com fins pacíficos, nos rituais de cura, associado a deuses, como invocadores de paz, esperança e bons auspícios. Uma representação do bem há muitos anos, para muitos povos e seus cultos religiosos. Um símbolo de amor e compaixão.
No entanto, a partir da Segunda Guerra Mundial, uma conotação negativa foi associada ao símbolo graças aos nazistas, um grupo de extrema-direita que ascendeu ao poder, representado por Adolf Hitler, que se apropriou desse símbolo.
Recentemente, nos Jogos Olímpicos no Japão, houve um grande embaraço, pois todos os mapas no Japão sinalizam os templos e mosteiros budistas através da suástica. Em japonês, a suástica budista chama-se Manji, representada no sentido anti-horário, que popularmente invoca sorte, fortuna e paz.
Algo semelhante acontece hoje no Brasil, quando a ultra-direita em ascensão, usurpa a bandeira brasileira para representá-los, sendo que a bandeira é um símbolo que representa a nação em sua totalidade. Além disso, buscam incutir no povo que quem não apoia isso não é patriota.
Mas a mensagem é clara – O Brasil é nosso, ou você está dentro – ou você está fora.
Não vou entrar no mérito sobre qual ideologia essa bandeira defende, mas deixo aqui uma pergunta bem simplória:
Por que a ultra-direita brasileira não criou a sua própria bandeira e teve que confiscar a bandeira do Brasil?
Essa atitude revela uma tamanha audácia, premeditação e inescrupulosidade, revelando do que são capazes.
Assim como o nazismo conseguiu deturpar um símbolo representativo do bem, terá a nossa bandeira o mesmo destino?
A casa já está em chamas, mas parte dos ocupantes está distraída e ocupada com outras questões.
Encerro aqui com a pergunta de um sutra budista:
– Como posso fazer com que todos os seres despertem e penetrem a Sabedoria e a Compaixão?
* Monja budista e psicóloga.
** Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.