Guerra na Ucrânia

Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa classifica Rússia como "terrorista"

Resolução aprovada pede criação de um tribunal internacional para julgar Rússia por invasão da Ucrânia

Rio de Janeiro |
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky participa remotamente da reunião da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, em Estrasburgo, em 13 de outubro de 2022. - Frederick Florin / AFP

A Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa adotou uma resolução sobre escalada da agressão da Federação Russa contra a Ucrânia. O texto pede o reconhecimento do governo russo de Vladimir Putin como um "regime terrorista". O documento foi publicado no site da organização nesta quinta-feira (13). 

A resolução foi aprovada por 90 votos a favor, e uma abstenção. O documento prevê que "essa agressão [contra a Ucrânia] deve ser inequivocamente condenada como um crime em si, como uma violação do direito internacional e como a principal ameaça à paz e segurança internacionais".

A organização pediu a aceleração da criação de um tribunal internacional especial em conexão com a agressão russa contra a Ucrânia, bem como o reconhecimento dos partidos políticos russos que votaram em decisões que violam a soberania da Ucrânia como "organizações que promovem o terrorismo".

A resolução classificou a anexação dos territórios ucranianos como ilegal e condenou as ameaças de uso de armas nucleares por parte da Federação Russa. De acordo com a declaração, ameaças de uso de armas nucleares são incompatíveis com as obrigações da Rússia como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.

A resolução destaca que a intervenção russa na Ucrânia trouxe "sofrimento e destruição que a Europa não experimentou desde a Segunda Guerra Mundial". 

"À medida que a agressão continua atingindo novos níveis de violência e destruição, o regime russo está reafirmando sua verdadeira natureza terrorista, violando os direitos humanos mais básicos e os fundamentos do direito internacional", diz a resolução.

Anteriormente, os Parlamentos de países como Lituânia e Letônia já haviam reconhecido oficialmente a Rússia como um país que apoia o terrorismo por conta das suas ações na Ucrânia. Um documento semelhante está em análise no Parlamento da Estônia. As autoridades dos EUA se recusam a reconhecer a Federação Russa como apoiadora do terrorismo.

Congressistas estadunidenses chegaram a submeter alguns projetos de lei exigindo que a Rússia fosse declarada patrocinadora do terrorismo, mas autoridades dos EUA ainda se recusam a oficializar tal medida. As autoridades ucranianas apelam que os EUA adotem esse passo desde abril de 2022.

Edição: Thales Schmidt