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Após fala de Bolsonaro sobre meninas, Lula prestigia campanha contra exploração sexual infantil

Campanha "Faça Bonito" promove mobilizações nacionais de combate à violência sexual contra crianças e adolescentes

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Ex-presidente exibe broche durante debate entre presidenciáveis da TV Bandeirantes - Reprodução/YouTube

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vestiu, durante a noite do debate na TV Bandeirantes, na noite deste domingo (16), um broche da campanha com o símbolo da campanha "Faça Bonito", que promove mobilizações nacionais de combate à violência sexual contra crianças e adolescentes.

A ação faz referência a uma entrevista do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao podcast e canal de YouTube "Paparazzo Rubro-Negro", em que ele afirmou que, durante um passeio de moto por uma comunidade de Brasília, "pintou um clima" ao ver meninas de 14 e 15 anos e que teria pedido para ir à casa delas logo depois. O caso teria acontecido em 2021. Bolsonaro ainda disse, sem provas, na entrevista que encontrou as adolescentes vindas da Venezuela "arrumadas para ganhar a vida".

:: Lula sobre vídeo em que Bolsonaro diz que "pintou um clima" com adolescentes: "Agiu com má-fé" ::

A campanha "Faça Bonito" organiza anualmente, no dia 18 de maio, o "Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes", instituído pela Lei Federal 9.970/00. A data é uma das que demarca a luta pelos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes no território brasileiro.

Na chegada aos estúdios da TV Bandeirantes, na região do Morumbi, zona sul de São Paulo, os candidatos à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) comentaram o vídeo da entrevista.

"Ele, na verdade, agiu com muita má-fé com aquelas meninas. Ele, no cargo de presidente, deveria respeitar aquelas meninas e ele achou que era outra coisa, tanto é que disse que 'pintou um clima'. Na verdade, é a molecagem de sempre, ele é assim, nasceu assim e vai terminar a vida assim", afirmou Lula.

Bolsonaro celebrou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), sempre criticado por bolsonaristas, determinando que a campanha de Lula retire do ar do vídeo em que trata do episódio.

"Passei as piores 24 horas da minha vida, onde fui acusado de forma covarde e sórdida de praticar a pedofilia. Tentaram atingir a minha honra naquilo que tenho de mais sagrado, a defesa da família e da inocência de nossas crianças", finalizou Bolsonaro.

Notícia-crime

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciou neste domingo (16) que enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma petição para Bolsonaro seja investigado. O congressista destaca que o presidente não parece ter acionado as autoridades após ver crianças em "em situação suspeita de prostituição infantil".

"A confissão do presidente Jair Bolsonaro pode ser enquadrada em diversos tipos penais, o que será mais bem compreendido nas necessárias investigações", diz Randolfe na petição ao STF, segundo trecho publicado pela Folha de São Paulo.

Edição: Thalita Pires