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NOVOS RUMOS

Artigo | Depois da vitória, os imensos desafios do novo governo Lula

Nos primeiros dias pós eleição, Lula começa a mostrar o que podemos esperar de seu terceiro mandato

10.nov.2022 às 09h29
Porto Alegre
Roberto E. Zwetsch

Comemoração da vitória de Lula na Avenida Paulista - @ricardostuckert - disponível no instagram

Pediram-me uma análise da vitória da Frente da Esperança e de Lula como novo presidente do Brasil a partir de 1 de janeiro de 2023. Não sou analista nem cientista político para tamanha ousadia. Mas aceitei expressar aqui minhas impressões como cidadão, teólogo e pastor protestante.

A vitória, mesmo apertada com a diferença de pouco mais de 2 milhões de votos, foi gigantesca. Contra a máquina do Estado posta a serviço do atual presidente, contra a maquinaria da produção de fake news – nome novo para a velha conhecida mentira –, contra o assédio eleitoral de milhares de empresários pressionando seus trabalhadores e trabalhadoras a votarem no nome que eles apoiavam – quer dizer, de forma antidemocrática –, contra instituições de Estado como a PRF servindo de ponta avançada do atual presidente para impedir eleitores de votar ou, no pós eleição, assistindo inerte ao bloqueio de estradas por todo o país, Lula voltou com toda a dignidade de um estadista.

Com ele voltamos nós, mais de 60 milhões de brasileiras e brasileiros que prezam a democracia e a justiça social. Lula venceu com brilho e sabedoria política. E com ele, voltam algumas pessoas importantes como seu vice Geraldo Alckmin (PSB) ou a ex-presidenta Dilma (PT), que ressurge com uma leveza e dignidade realmente estonteantes. Volta Marina Silva (Rede) com sua aparente fragilidade, mas carregada por uma história pessoal e social que a habilita para grandes voos neste novo governo, principalmente para o resgate de uma política ambiental sólida e sustentável.

Já nesses primeiros dias do pós eleição, Lula começa a mostrar, com raro senso de responsabilidade, o que podemos esperar de seu terceiro mandato, agora com uma Frente Ampla jamais imaginada neste país de tantas fissuras que levaremos anos para sarar. Com ele crescem novas personagens do espectro político, como a senadora do Simone Tebet (MDB), que se tornou uma das principais figuras neste segundo turno. E ainda a consagrada liderança e inteligência de Guilherme Boulos (PSOL), o aguerrido e lúcido coordenador do MTST em São Paulo, com a extraordinária votação de 1,5 milhão de votos como deputado federal.

Quer dizer, se o novo Congresso eleito será majoritariamente conservador, com um reduto de extrema direita fortalecido (um quinto das cadeiras), por outro lado teremos bancadas que reúnem pessoas da maior qualificação para o exercício dos mandatos. Será com suas articulações e habilidade política que o governo Lula poderá contar para a apreciação dos muitos novos projetos e a posterior aprovação, como a promessa de aumentar o salário mínimo acima da inflação já em 2023.

O que alguns analistas adiantam é que, mesmo em setores que antes se identificaram com o atual presidente, Lula poderá angariar apoio para suas medidas porque serão decisões que vão beneficiar milhões de pessoas. E com voto popular não se brinca.

Finalmente, uma palavra sobre o uso e abuso de questões religiosas e de moralidade nestas eleições. Não há novidade nessa questão, uma vez que faz parte da tradição política brasileira a utilização da fé popular para benefício e uso político. Mas o que vimos nos últimos anos, especialmente durante este último governo, parece ter ultrapassado qualquer limite razoável de decência ou honestidade intelectual.

Que lideranças religiosas tenham suas preferências políticas é aceitável. Mas injustificável é o uso indiscriminado dos templos e do poder religioso para a disseminação de mentiras, de acusações infundadas – como a velha e desgastada pecha do perigo comunista. E isto com o ingrediente de estimular medo, pânico desmedido entre as comunidades de fé e entre pessoas que normalmente são desinformadas ou, nos dias de hoje, ficam à mercê das redes sociais da desinformação programada por robôs.

Para quem trabalha com comunidades de fé, especialmente no campo de igrejas evangélicas, pentecostais e neopentecostais, o desafio da uma nova formação cristã nunca foi tão urgente e necessário. Será tarefa árdua e diuturna fazer a releitura do evangelho de Jesus de Nazaré, ultimamente associado ao que de pior poderia ter surgido nos meios cristãos.

Como é possível aceitar a propagação do ódio social, da disseminação do uso das armas, da violência com quem pensa ou vive de forma diferente, à mensagem e vivência dos valores do evangelho do amor, da graça e da compaixão divina? Como aceitar que igrejas cristãs se tornem espaços consagrados à idolatria do Dinheiro e do Sucesso individual? Será que a Mesa da Ceia do Senhor pode servir como pretexto para a discriminação, o abuso e a violência? Parece que milhões de pessoas que se sentiram representadas por esses setores neofascistas – em particular pelo presidente agora derrotado – caíram nas malhas do engano, da ilusão ou na cegueira espiritual.

Tal doença não se cura com facilidade. Não se brinca com o abuso do nome de Deus! Lutero, como reformador da Igreja cristã no século 16, não é um herói da fé. Mas deixou-nos alguns ensinamentos importantes que hoje são de aceitação ecumênica e universal. Um deles é a liberdade de consciência. Ninguém pode crer contra a vontade. A fé não se impõe. Ela é graça de Deus. E sempre será gratuita e livremente aceita e assumida. Aliás, como escreveu Paulo aos Gálatas, a carta mais amada por Lutero, esta fé não é uma abstração, ela é fé que atua pelo amor (Gálatas 5.6). Um segundo ensinamento é que ninguém pode se eximir de culpa e responsabilidade.

Todas as pessoas contribuem para a situação que vivemos hoje no país. Mas evidentemente há responsabilidades maiores e menores. Que cada pessoa assuma sua parte e assim busquemos reconstruir o país em novas bases, com um novo projeto político, social, econômico, cultural e espiritual. Que assim, tal projeto nos ajude a superar as desigualdades abissais que dividem este país. E sacrificam – desnecessariamente – a vida e a felicidade de milhões de irmãs e irmãs país afora.

Contra o ódio como premissa de luta, que vingue o amor, a busca permanente pela paz com justiça social e lucidez política, o diálogo que constrói contra a tolice planejada e destrutiva. Termino com uma máxima de Lutero, que me parece por demais oportuna. Ele escreveu no seu velho latim: simul iustus et peccator, quer dizer, enquanto seres humanos frágeis e limitados, somos simultaneamente justos e pecadores.

É assumindo esta nossa verdade humana que estaremos aptos para um novo salto que nossa frágil democracia demanda. Salto necessário, urgente, inadiável. Como ficou estampado na véspera da votação do dia 30 de outubro num adesivo distribuído na última carreata de Lula em Pelotas, e que colei no vidro do carro, o voto da vitória não foi apenas do partido de Lula, como ele mesmo afirmou ao agradecer na noite da vitória. Foi um voto amplo, massivo, plural e esperançoso: foi o VOTO PELA DEMOCRACIA!

* Roberto E. Zwetsch é Pastor, professor de Teologia e membro da Coordenação Nacional da PPL (Pastoral Popular Luterana).

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Marcelo Ferreira
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