O governo do Rio Grande do Sul informou, nesta quinta-feira (10), que o estado entrou em estado do atenção por conta da subvariante BQ.1 da ômicron, associada à alta recente de infecções de covid-19 no exterior. A decisão foi tomada em reunião no Gabinete de Crise.
Conforme o executivo estadual, não serão emitidos alertas nem avisos. Contudo, afirma que reforçará o acompanhamento do cenário e pede à população reforço nos cuidados individuais.
A subvariante BQ.1 foi detectada como a causa da alta no número de casos em países como Alemanha e França, na Europa, além da China e Estados Unidos e já foi identificada no Rio Grande do Sul pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs).
A principal proteção continua sendo a vacina contra a covid, enfatiza a Secretaria Estadual de saúde. Nesta quinta-feira (10), 3 milhões de gaúchos estão em atraso com a primeira dose de reforço contra a covid, equivalente à terceira dose, segundo o painel de Acompanhamento Vacinal da Secretaria da Saúde. Por conta desse quadro, a secretária da Saúde, Arita Bergmann, pede a quem ainda não se vacinou que procure se imunizar.
Ela afirma que é preocupante a situação do esquema vacinal completo, formado pelas três doses, e que aproximadamente 2 milhões de pessoas não fizeram a segunda dose de reforço. O público que menos se vacinou é o da faixa de 18 a 40 anos.
“O estado do Rio Grande do Sul, que foi exemplo para saúde no país, acima de 90% de pessoas vacinadas com a primeira e a segunda doses, precisa se mobilizar para que a população volte às unidades de saúde”, frisa, alertando para o risco de aumento de casos com a subvariante BQ1 se os gaúchos não fizerem suas vacinações.
Fiocruz alerta para situação no RS e outros estados
O novo Boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado nesta quinta (10), chama atenção para aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) provocados por covid-19 entre a população adulta dos estados do Rio Grande do Sul, Amazonas, Rio de Janeiro e de São Paulo.
Conforme pontua o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, ainda não é possível afirmar que esse crescimento esteja relacionado especificamente com as identificações recentes de novas sublinhagens identificadas em alguns locais do país. O tempo transcorrido desde o pico observado entre maio e junho de 2022 pode ser um dos fatores a contribuir.
“Como os dados laboratoriais demoram mais a entrar no sistema, é esperado que os números de casos das semanas recentes sejam maiores do que o observado nesta atualização, podendo inclusive aumentar o número de estados em tal situação”, explica o pesquisador da Fiocruz.
De acordo com Marcelo, a covid-19 tem demonstrado tendência a ter picos anuais de sazonalidade no Brasil, ao contrário de outras doenças respiratórias, como a influenza ou gripe, que aparecem com mais frequência no país apenas nos meses de inverno. “Diferente do Influenza e de outros vírus respiratórios com tipicamente um pico por ano, a covid-19 pode estar se encaminhando para uma realidade na qual a gente tenha que conviver com dois momentos do aumento de sua circulação”, aponta.
O Brasil registrou aumento de casos de covid-19 entre maio e junho de 2022, depois da forte onda verificada em janeiro e fevereiro. Neste momento, a Fiocruz indica aumento de internações por doenças respiratórias de pessoas a partir de 18 e no Rio Grande do Sul, na faixa a partir de 60 anos.
*Com informações da Ascom do RS e Agência Brasil
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Fonte: BdF Rio Grande do Sul
Edição: Marcelo Ferreira