Uma das ideias do magnata Elon Musk para garantir o financiamento do Twitter foi abandonada poucos dias após o lançamento. A venda do selo de "perfil verificado", que atesta a veracidade da titularidade das contas, causou uma série de constrangimentos antes de ser suspensa.
Anteriormente, o selo era oferecido gratuitamente para contas que comprovadamente pertenciam a celebridades, personalidades políticas, instituições oficiais ou empresas, por exemplo. Ao assumir o controle da empresa, Musk decidiu "vender" a verificação pela quantia mensal de US$ 8 (cerca de R$ 42 na cotação atual).
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Rapidamente, contas falsas com o selo se espalharam pela rede social. Acostumados a ver a indicação em perfis autênticos, usuários do Twitter acabaram enganados por pessoas que, com diferentes intenções, decidiram se passar por instituições ou personalidades reconhecidas.
Nesta sexta-feira (11), por exemplo, as ações da empresa farmacêutica Lilly tiveram grande queda no mercado dos Estados Unidos, arrastando junto as concorrentes Novo Nordisk e Sanofi. Sites especializados na bolsa de valores, como o Investor's Business Daily, creditaram as perdas a um tuíte.
Ainda na quinta, uma conta - falsa, mas com o selo de "verificado" - atribuída à empresa anunciou que a insulina passaria a ser oferecida gratuitamente nos Estados Unidos. Ao contrário do Brasil, onde o medicamento é oferecido gratuitamente no SUS a pacientes com diabetes, nos EUA ele é vendido.
Segundo analistas, os "investidores", mais preocupados com lucros que com a saúde, se desesperaram com a informação compartilhada pela conta, o que fez com que as ações perdessem valor. Lilly, Novo Nordisk e Sanofi forecem 100% da insulina utilizada nos EUA.
Outros casos
Em um dos episódios, uma conta atribuída ao ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush afirmou que ele sentia "saudade de matar iraquianos". Outro perfil, identificado como se fosse do ex-primeiro ministro britânico Tony Blair, entrou na conversa e disse que sentia o mesmo. Ambas as contas tinham o selo de "verificado". Bush e Blair eram chefes de estado quando estadounidenses e britânicos invadiram o Iraque em 2003.
Outras contas falsas chamaram atenção por piadas um pouco menos agressivas. Um perfil da Pepsi afirmou, singelamente, que "Coca-Cola é melhor". Já uma conta com o nome da fabricante de videogames Nintendo usou imagem do carismático personagem Mario, o mais conhecido da empresa, mostrando o "dedo do meio" para os usuários.
Edição: Nicolau Soares