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Marinha diz que navio que bateu na ponte Rio-Niterói não oferecia "riscos à navegação"

Tráfego foi reaberto de maneira parcial; concessionária trabalha para reparos no guarda-corpo da estrutura

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Navio que estava abandonado na Baía de Guanabara desde 2016 atingiu a ponte Rio-Niterói na última seguinda (14) - Reprodução / Redes Sociais

O navio que teve a âncora rompida e atingiu a ponte Rio-Niterói na noite da última segunda-feira (14) não oferecia "riscos à navegação", segundo a Marinha do Brasil (MB). Em nota oficial, a força naval disse que a embarcação, que estava na Baía de Guanabara desde fevereiro de 2016, foi alvo de "condições atmosféricas adversas".

Segundo a Marinha, o Comando do 1º Distrito Naval, com sede na Baía de Guanabara, "tem atribuição sobre os assuntos referentes à segurança da navegação, a salvaguarda da vida humana no mar e a prevenção da poluição hídrica". A nota, porém, ressalta que "a embarcação permanecia fundeada em local predefinido pela Autoridade Marítima".

A corrente do navio se rompeu em momento de fortes ventos, e a embarcação, à deriva, atingiu a estrutura. O momento do acidente foi registrado por pessoas que passavam pela ponte, uma das principais vias de trânsito entre cidades da região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo a concessionária Ecoponte, que administra a estrutura, cerca de 150 mil veículos atravessam a ponte em dias úteis.

O trânsito chegou a ser totalmente interrompido na noite de segunda para avaliação dos danos à estrutura. Horas após o acidente o fluxo foi reaberto, mas duas das quatro faixas da pista em direção à cidade do Rio de Janeiro seguem bloqueadas na manhã desta terça (15) para reparos no guarda-corpo, que foi diretamente impactado pelo choque do navio.

O navio, de nome "São Luiz", era usado para transporte de cargas e foi construído em 1994. Após ser abandonado pela empresa responsável, se tornou um dos muitos ocupantes do "cemitério" de embarcações da Baía de Guanabara, na região metropolitana da capital fluminense. 

Há cerca de dois anos, o telejornal RJ2, da TV Globo, mostrou algumas dessas embarcações, incluindo o "São Luiz". Na época, a reportagem destacou a poluição causada pelas carcaças e outros riscos, destacando a falta de fiscalização adequada.

A Marinha afirmou que o navio é objeto de processo judicial, e que um inquérito foi aberto para "apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente".

Repercussão

O caso repercutiu nas redes sociais. Lideranças políticas, jornalistas e outras pessoas questionaram a atuação da Marinha, que não conseguiu evitar um acidente que poderia ter tido consequências trágicas. 

Edição: Glauco Faria