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No G20, Xi Jinping defende cooperação e critica tentativas de "politizar" energia e comida

Presidente chinês defende "desobstruir as cadeias de suprimentos e estabilizar os preços de mercado"

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Xi Jinping chega em evento do G20 em Bali - Willy Kurniawan / AFP

O presidente da China, Xi Jinping, usou seu discurso no encontro do G20, em Bali, na Indonésia, nesta terça-feira (15) para advogar pela cooperação entre os países, o comércio internacional e criticar a "mentalidade da Guerra Fria".

"Com a civilização humana já no século XXI, a mentalidade da Guerra Fria está há muito desatualizada. O que precisamos fazer é unir as mãos e elevar nossa cooperação ganha-ganha a um novo patamar. Os países devem respeitar uns aos outros, buscar fundamentos comuns enquanto reservam as diferenças, viver juntos em paz e promover uma economia mundial aberta", destacou Xi.

O presidente chinês defendeu a entrada da União Africana no G20, uma reforma na Organização Mundial do Comércio (OMC) e defendeu que sanções unilaterais "devem ser removidas".

De acordo com comunicado do Ministério das Relações Exteriores da China, Xi "enfatizou que a segurança alimentar e energética é o desafio mais urgente no desenvolvimento global" e que a causa desse cenário não é a falta de produção ou demanda, mas "cadeias de abastecimento interrompidas".

"A saída é aumentar a cooperação na supervisão e regulamentação do mercado, construir parcerias em commodities, desenvolver um mercado de commodities aberto, estável e sustentável e trabalhar em conjunto para desobstruir as cadeias de suprimentos e estabilizar os preços de mercado. Qualquer tentativa de politizar questões alimentares e energéticas ou usá-las como ferramentas e armas deve ser resolutamente combatida", destacou Xi, segundo relato da chancelaria chinesa.

Com uma agenda diplomática intensa, Xi teve reunião bilateral na segunda-feira (14) com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Já nesta terça, o líder chinês teve um dia inteiro de encontros, reunindo-se com o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, e o presidente da França, Emmanuel Macron. Além disso, encontrou com chefes de Estado da Espanha, Coreia do Sul, Senegal e África do Sul. 

Edição: Arturo Hartmann