Novo golpe?

Parlamento do Peru admite denúncia contra Pedro Castillo

Para o presidente peruano, a denúncia do Ministério Público marca o início de uma nova forma de golpe de Estado

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Presidente Pedro Castillo em pronunciamento em Bambamarca, região de Cajamarca, no Peru - Reprodução/Twitter

Uma comissão do Congresso do Peru aprovou na quarta (16) a denúncia constitucional que o Ministério Público peruano apresentou contra o presidente Pedro Castillo, a quem acusa de liderar uma organização criminosa.

A votação teve 13 votos a favor e 8 contra. A sessão e o debate prévio foram transmitidos no canal de TV do Congresso.

De acordo com o Ministério Público, todos os acusados fazem parte de uma organização criminosa que alegadamente agiu contra o Estado, e que é supostamente chefiada pelo próprio presidente.

Com a decisão da Subcomissão de Acusações Constitucionais do parlamento peruano, foi dada luz verde ao processo contra o presidente no Congresso, que ainda tem um longo caminho a percorrer para conseguir que o chefe de Estado seja julgado.

Tweet: "#CongressoInforma: Com 13 votos a favor, a Subcomissão de Acusações Constitucionais admite a tramitação da denúncia constitucional contra o presidente Pedro Castillo, por supostos crimes de organização criminosa, tráfico de influências e conluio."

Para o presidente peruano, a acusação do Ministério Público marca o início de uma nova forma de golpe de Estado.

O Poder Executivo sustenta que o artigo 117 da Constituição estabelece que o presidente só pode ser acusado durante o exercício das suas funções em quatro casos específicos, incluindo traição ou impedimento de eleições, mas não de crimes de corrupção.

A aprovação da denúncia contra Pedro Castillo passará por um longo processo que inclui várias etapas na Câmara peruana e que, segundo os especialistas, poderia levar pelo menos três meses entre idas e vindas na subcomissão e na Comissão Permanente até chegar ao plenário, caso avance.

O governo peruano denunciou que o MP e o Congresso se aliaram para adiantar ações que levem à destituição do presidente Pedro Castillo.

Traduzido por: Flávia Chacon