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Início Bem viver Cultura

SOLO SAGRADO

Largo do Rosário é território histórico e patrimônio imaterial da população negra de BH

Mesmo apagados durante urbanização, igreja e cemitério, construídos por irmandade negra, têm uma importante história

20.nov.2022 às 14h10
Belo Horizonte (MG)
Amélia Gomes

Amélia Gomes - Brasil de Fato MG

Antes mesmo de ser Belo Horizonte, o antigo Curral Del Rey era majoritariamente ocupado por negras e negros, que representavam cerca de 77% de toda a população do arraial. Durante quase 100 anos, essa comunidade construiu e manteve seu próprio espaço sagrado. No entanto, tudo isso foi destruído durante o processo de construção da capital mineira. Mas essa história começa a ser reescrita.

Neste sábado (19), ocorreu a inauguração da placa em homenagem ao Largo do Rosário, ato simbólico que oficializa o reconhecimento do local como patrimônio imaterial da capital. O registro oficial foi concedido pela prefeitura, em maio deste ano. O Largo do Rosário, localizado hoje nos quarteirões que abrangem a Rua da Bahia com a Rua Timbiras, no Centro da cidade, era composto pela Igreja Nossa Senhora do Rosário e pelo o Cemitério da Irmandade dos Homens Pretos.

Excluídos pelos ordenamentos da Igreja católica da época, a população negra criou sua própria fraternidade, a Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Desejando organizar seus cultos e sepultamentos de forma digna, em 1807, a Irmandade solicitou ao Rei a construção de uma capela e de cemitérios próprios, assim surge o Largo do Rosário.

Padre Mauro Luiz da Silva, pesquisador do território e museólogo, pontua que, além de ações de solidariedade entre seus membros, a irmandade também protagonizava articulações importantes para a população, como a abstenção de cobranças para sepultamentos, o que incomodava o alto clero. "A igreja também foi construída por eles [membros da irmandade], com recurso próprio", explica.

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Em 1897, com a construção planejada de Belo Horizonte, o Largo foi sumariamente destruído e os moradores do território expulsos para a periferia da nova capital. Por isso, não há precisão sobre o local exato das construções. Mesmo não havendo material físico, o território é um patrimônio cultural.

"Existe um território simbólico. Para que as práticas culturais ocorram e sejam reconhecidas, elas precisam estar ancoradas em um marco territorial", explica Luciana Féres, presidenta da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte. Féres relata ainda que o processo de registro do patrimônio partiu de uma provocação da própria comunidade embasada em um dossiê histórico, avaliado pela entidade.

Substituição de "fachada"

Em substituição à capela demolida, ainda em 1897, um novo edifício foi construído na capital. No entanto, a nova Igreja do Rosário, localizada na Avenida Amazonas, entre a Rua São Paulo e a Rua Tamoios, deixa de estar sob comando da irmandade e passa para a administração direta da Arquidiocese de Belo Horizonte.

Além da posse, outros aspectos formais também expulsaram a fraternidade do templo, como a proibição das celebrações do reinado, vetadas até 1950. No entanto, ainda hoje, para serem celebradas, as manifestações precisam de um aval formal do clero, explica Padre Mauro. O pesquisador também pontua a dissociação construída em relação à imagem do Rosário. Com a cessão do uso da igreja ao Orfanato de Santo Antônio, o templo é mais associado a esta entidade.

Onde estão e quem são os "homens pretos"?

O Cemitério da Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos tinha capacidade para 60 sepultamentos. No entanto, o livro de registro e os escombros do antigo Largo ainda são desconhecidos. Não há menção histórica se esses corpos foram transportados para o cemitério municipal do Bonfim ou se foram negligenciados pelos governantes e permanecem na região.

Os laços resistiram e resistem

Mesmo expulsos do centro da nova capital, a irmandade negra seguiu preservando seus laços afetivos, solidários e culturais nas periferias de Belo Horizonte. Uma das herdeiras desses antepassados é a Guarda de Moçambique e Congo Treze de Maio de Nossa Senhora do Rosário, localizada no Bairro Concórdia, que há quase 90 anos mantém vivo esse legado.

Rainha Belinha, responsável pelo patrimônio, relembra que os passos de resistência e luta vêm de longe, assim como o manto branco que cobre as vestes dos integrantes da Guarda e de outras celebrações afrodescendentes.

"Cada ordem católica enterrava seus mortos com uma roupa de uma cor específica. Mas os negros não aceitavam ser enterrados com essas roupas. Foi assim que decidiram vestir seus ancestrais de branco. Então, essa é para nós a cor do protesto, da resistência e luta e por isso é tão presente em nossos atos", explica. Belinha conta que isso também foi um resgate cultural feito por pesquisadores.

"Nosso povo não será esquecido"       

A rainha celebra as parcerias desenvolvidas entre a academia e as comunidades tradicionais, um reflexo da inclusão do povo preto nas universidades, em sua avaliação. Colaboração que foi fundamental, por exemplo, para a retomada do Largo.

"Os nossos ancestrais não vão ficar esquecidos no concreto frio. Nós não vamos deixar eles caírem no esquecimento, nunca mais, porque nossos guerreiros do futuro vão saber", declara.

Recentemente, o reconhecimento oficial evitou um novo apagamento dessa história. Há um mês, o grupo de trabalho em defesa do Largo do Rosário conseguiu embargar uma construção no território. Para seguir, o responsável pelo empreendimento terá que apresentar um laudo arqueológico do terreno, comprovando que não há vestígios do patrimônio na região e que o mesmo não será afetado com a construção. 

Editado por: Larissa Costa
Tags: belo horizonte
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