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Reerguendo a esperança: MST inicia reconstrução de escola destruída há dois anos em ação da PM

Acampamento Quilombo Campo Grande viveu momento histórico no domingo (20) ao reerguer escola Eduardo Galeano

20.nov.2022 às 16h19
São Paulo (SP)
Beatriz Ramos

Quilombo Campo Grande existe há 20 anos, em Campo do Meio (MG) - Foto: Rafa Stedile @rafasted

Este domingo (20) foi histórico para o acampamento Quilombo Campo Grande, localizado no Sul de Minas Gerais, na cidade de Campo do Meio. Depois de dois anos, as família sem-terra, que ocupam a área há mais de 20 anos, puderam ver a escola Eduardo Galeano começar a ser reconstruída. A estrutura foi demolida em agosto de 2020, durante a pandemia de covid-19, durante uma ação de reintegração de posse realizada pela Polícia Militar (PM) do estado que durou mais de 56 horas.


Marco inicial das obras da nova escola Eduardo Galeano / Rafa Stedile @rafasted

"O despejo de 2020 tentou destruir um sonho, mas a gente era semente e ela rebrotou e está rebrotando. Hoje é um dia onde a gente vai comemorar isso, celebrar, essa grande conquista e vitória. Uma vitória da classe trabalhadora de retomar um processe de esperançar. De assumir a condição de uma educação emancipadora", explica Michelle Neves Capuchinho, membra da Direção Estadual do setor de formação da escola Eduardo Galeano.

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O início da reconstrução reuniu cerca de 400 pessoas. O evento teve início às 9h da manhã e contou com o cortejo místico da irmandade do Rosário de Campo do Meio, que levou batuques por toda a área onde a escola vem sendo reconstruída. Na sequencia, por volta das 10h um ato político teve início, no qual assentados e apoiadores defenderam a reforma agrária, a regularização dos acampamentos e um projeto de educação popular e agroecológica. 


A atividade teve início às 9h, no território, que é ocupado pelo MST há mais de 20 anos. / Foto: Beatriz Ramos

A tarde seguiu com shows de Aline Calixto, Zé Pinto, Gue Oliveira, Dandara, fernando Guimarães e o coletivo fuzuê, além da banda despacho de alfenas. Ao final mudas de árvores frutíferas serão plantadas. 

"A escola era um curral e que nós limpamos reformamos e brigamos muito para criar ela. Foi um sonho, uma semente de esperança, que alfabetizou e criou nas nossas crianças expectativas de ser uma escola que escolhe, que mais que ensina as letras, ensina a ler o mundo", relembra Michelle Neves Capuchinho.

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Rosa Helena Gonçalves dos Santos, professora de ciências da escola, lembra que no dia do despejo, "foram mais de 700 policiais, veio o choque na roça para despejar a gente e naquele momento já tinha muita gente querendo ajudar e essa campanha. Veio ajuda a nível regional, nacional e internacional."


Participação do cortejo místico da irmandade do Rosário de Campo do Meio / Rafa Stedile @rafasted

A escola

A escola que homenageia o escritor e pensador Eduardo Galeano, autor da célebre obra Veias Abertas da América Latina, abriu as portas em 2015.

"Naquele ano oficializamos o funcionamento da escola e abrimos duas turmas de EJA (Educação para Jovens e Adultos) com pessoas de mais de 70 alunos e 20 no ensino regular", relembra Rosa Helena Gonçalves dos Santos.

"Em 2019, quando entrou o governo Zema, ele fechou a escola falando que a escola do campo não era necessária", continua a professora ao se referir a eleição do atual governador reeleito em Minas Gerais Romeu Zema (Novo).

Rosa Helena dos Santos lembra que a "escola sempre esteve viva, mesmo quando foi fechada". Segundo ela, o espaço continuava sendo utilizado para reuniões, atividades com crianças e eventos.

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Ricarda Maria Gonçalves da Costa, assentada e educadora, lembra que "foi muito difícil acompanhar quando destruíram a escola, doeu muito, as lágrimas caiam do olho. Mas confiávamos que aquilo ia passar e o futuro ia ser melhor. O MST tem fé, estamos indo e chegaremos lá com certeza."

Relembre o caso

O despejo do acampamento Quilombo Campo Grande, no Sul de Minas, fica para a história como o mais longo do século XXI no Brasil. Uma operação programada para começar e terminar na manhã de uma quarta-feira tornou-se uma saga que deixa profundas marcas nas lutas sociais do estado. Por 56 horas, famílias sem-terra resistiram pacificamente à pressão da Polícia Militar, dia e noite, no meio de uma estrada, sob o sol forte e o frio da madrugada, respirando poeira e ouvindo ameaças.

Em meio à pandemia, com autoridades sanitárias recomendando evitar aglomerações, 150 policiais esgotaram as vagas dos hotéis nas cidades de Campo do Meio e Campos Gerais. Pela madrugada, a tropa cercou o acampamento com helicóptero, carros, drones, balas, bombas, escudos e cassetetes, entre outros instrumentos de repressão. Era o 12º despejo na trajetória do Quilombo Campo Grande, uma área com 11 acampamentos, cerca de 450 famílias e mais de 2 mil pessoas.


Reintegração de posse em Acampamento Quilombo Campo Grande, contra 450 famílias sem-terra no município de Campo do Meio (MG) / Gean Gomes-MST

A temperatura do conflito subiu na quinta-feira (13). O dia amanheceu com protestos em frente às lojas Zema no interior de Minas, trancamento de estradas e uma manifestação no Palácio da Liberdade. A bancada do PT na Câmara solicitou ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, liminar suspendendo a ação. A Comissão de Direitos Humanos e Minorias, o Conselho Nacional de Direitos Humanos e 64 deputados estaduais e federais mineiros pediram reunião com o governo para discutir o despejo. Padres, bispos, intelectuais, artistas e ativistas se manifestaram na internet.

Após a troca de turno da PM, as pressões contra a comunidade aumentaram e a polícia passou o dia ameaçando usar a força. As vias de acesso ao acampamento foram fechadas para automóveis e pessoas que tentavam entrar ou sair eram revistadas.

Por volta das 14h, o comando da operação deu ultimato para que os sem-terra abandonassem a estrada. No momento em que os advogados negociavam com os policiais, um incêndio no pasto se alastrou. O vento impulsionou as chamas na direção da estrada, obrigando os sem-terra a fugirem para o morro e os policiais a recuarem.

Na sexta-feira (14), a polícia retomou as ameaças e bloqueou a passagem de um padre da cidade, que tentava entrar no local para celebrar um culto ecumênico com os sem-terra. À tarde, depois de 56 horas de resistência, a PM iniciou a repressão, lançando uma chuva de bombas de gás e efeito moral contra mais de 400 pessoas, que correram pela estrada, fugindo dos ataques. O quintal de uma casa que estava fora da área delimitada no mandado judicial foi alvo de bombardeios. 


Incêndio durante reintegração de posse / MST

A PM afirma que um homem da corporação ficou ferido. Entre os sem-terra, um rapaz passou mal, ao inalar grande quantidade de gás lacrimogêneo, e teve que ser socorrido pela equipe de saúde do acampamento. Outro rapaz teve a clavícula deslocada. Policiais prenderam uma mulher e três homens, acusando-os de “desobediência”, “resistência” e “obstrução da Justiça”. As quatro pessoas foram liberadas no mesmo dia. 

Ao todo, a contar de fevereiro, quando foi proferida a decisão judicial, 14 famílias foram retiradas, sendo oito na operação.

Editado por: Lucas Weber
Tags: mst
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