"SMOKE FREE"

Filho do ex-governador Sérgio Cabral se entrega à PF após operação contra sonegação

Pai de José Eduardo Cabral, ex-governador do Rio passou mal e desmaiou na cadeia ao saber de prisão do filho

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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José Eduardo Cabral
PF e MPF não esclareceram relação de filho de Cabral com a organização criminosa que sonegou impostos - Reprodução

Filho do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), José Eduardo Cabral se entregou à Polícia Federal na noite da última quinta-feira (24). Ele era considerado foragido por ter sido alvo da operação "Smoke Free", deflagrada na última quarta-feira (23) e cujo alvo foi uma organização criminosa especializada no comércio ilegal de cigarros.

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A organização armada e transnacional gerou prejuízos de R$ 2 bilhões à União. Por ser considerada internacional, ela foi desmantelada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal com o apoio de órgãos de outros países. A PF e o MPF cumpriram 27 mandados de prisão e 50 de busca e apreensão.

José Eduardo Cabral não foi encontrado no dia e era considerado foragido. Segundo apuração do portal G1, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral passou mal e desmaiou na cadeia ao saber do mandado de prisão contra o filho. A polícia não esclareceu a participação do filho do ex-governador no esquema criminoso.

Os crimes apontados são de sonegação de impostos, lavagem de dinheiro e corrupção. A 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro determinou o bloqueio de bens de cerca de R$ 300 milhões dos alvos da operação.

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Entre os envolvidos na organização estão um policial federal, além de policiais militares e bombeiros. Entre os alvos estão Adilson Coutinho de Oliveira Filho, mais conhecido como Adilsinho, que no ano passado esteve na mira do MPF e da PF na Operação Fumus, para combate a uma quadrilha que criou monopólios para a venda de cigarros no estado do Rio.

As investigações apontaram que o grupo faturava mensalmente cerca de R$ 1,5 milhão a partir da compra de cigarros com notas fiscais adulteradas. O cigarros da marca C-One, da Companhia Sulamericana de Tabacos, eram fabricados em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Pequenos e médios comerciantes eram obrigados a comercializar apenas a marca imposta pelo grupo criminoso.

Segundo a PF e o MPF, o grupo atuava pelo menos desde 2019 e teria movimentado mais de R$ 45 milhões em um esquema teria ligação com o jogo do bicho e com quadrilhas que operam máquinas de caça-níquel.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Eduardo Miranda