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"Liberdade para Assange": entidades jornalísticas recebem representantes do Wikileaks na ABI

O encontro com os jornalistas Kristinn Hrafnsson e Joseph Farrell acontece nesta quarta-feira (30), a partir de 16h

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
O fundador do Wikileaks Julian Assange vive uma dramática situação política e de saúde - William West / AFP

Nesta quarta-feira (30), as principais associações, sindicatos, federações e organizações jornalísticas recebem dois dos representantes do Wikileaks na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no centro do Rio de Janeiro, a partir de 16h. 

O evento faz parte da agenda em defesa da liberdade de Julian Assang no Brasil, cumprida pelo jornalista investigativo, editor-chefe e porta-voz do Wikileaks, Kristinn Hrafnsson, e o jornalista e editor da plataforma, Joseph Farrell.

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Na ABI, os convidados são representantes de diversas entidades do jornalismo brasileiro, entre elas, Repórter Sem Fronteiras (RSF), Instituto Vladimir Herzog, Artigo 19, Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores no Brasil, Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Tornavoz, Associação de Jornalismo Digital (Ajor), Intervozes e Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC). 

A passagem pelo Brasil integra uma série de compromissos que os jornalistas estão realizando pela América Latina a fim de se reunirem com lideranças políticas e sociais, movimentos, organizações e sociedade civil organizada. Com ela, os representantes do Wikileaks tem por objetivo discutir questões relacionadas à importância da liberdade de expressão e do direito à informação. 

Relembre o caso

O fundador do Wikileaks Julian Assange vive uma dramática situação política e de saúde. Detido sem base legal na prisão de segurança máxima de Belmarsh, no Reino Unido, desde 2019, o jornalista e ativista australiano está prestes a ser extraditado para os Estados Unidos onde pode sofrer uma pena de até 175 anos em confinamento solitário.

Assange é acusado pelo governo estadunidense de violar a Lei de Espionagem de 1917. Ele foi responsável, por exemplo, pela publicação, entre 2010 e 2011, de documentos classificados revelando crimes de guerra e campos de tortura no Iraque e Afeganistão. 

A eventual condenação de Assange por essas publicações criminalizaria todas as etapas do processo jornalístico básico: solicitar, receber, possuir e publicar informações verídicas e de interesse público. A defesa do jornalista quer que os EUA retirem as acusações como forma de proteger a liberdade de imprensa em todo o mundo.

A ação do governo estadunidense contra Julian Assange busca estabelecer um precedente mundial, uma vez que poderia exercer jurisdição extraterritorial sobre qualquer jornalista ou imprensa estrangeira, o que é alarmante.

Os EUA indicaram que a Primeira Emenda à Constituição não se aplicaria a jornalistas estrangeiros, portanto, se o ativista for extraditado e processado, ele não se beneficiará de proteções constitucionais da liberdade de expressão em virtude de ser cidadão australiano.

Edição: Mariana Pitasse