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Copa Política: estádio celebra a Palestina após invasão de campo; Irã é acusado de espionagem

Mesmo eliminado, Irã é notícia, com acusações de espionar mulheres e morte de torcedor

Brasil de Fato | São Paulo (SP) | |
Torcedor tunisiano ganhou a simpatia dos demais presentes no estádio - Reprodução

Um torcedor tunisiano se tornou protagonizou a segunda invasão de campo da Copa do Catar. Assim como a primeira, a ocorrida nesta quarta (30) durante a surpreendente vitória da Tunísia sobre a França por 1 x 0 também carregou uma mensagem política. 

O animado tunisiano – ele deu uma pirueta dupla antes de ser contido por seguranças – entrou em campo no meio do segundo tempo, levando uma bandeira palestina e uma camisa com os dizeres: "Tunísia, seu tempo é agora".

O estádio vibrou quando percebeu que o invasor trazia uma bandeira palestina. Acompanhe no vídeo abaixo:

 

 

A Palestina não se classificou para a disputa da Copa, tendo disputado eliminatórias com a Arábia Saudita e Iêmen, entre outros países. A nação que ainda busca reconhecimento como Estado independente, no entanto, se faz presente no Catar por meio de inúmeras bandeiras levadas por torcedores de vários países, simpáticos à causa. Israel ocupa os territórios palestinos de Gaza e da Cisjordânia, contrariando determinações da ONU. 

Na primeira invasão de campo, o motivo do protesto foi a homofobia do país sede. A homossexualidade é crime no Catar. 

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Espionando as mulheres?

O Irã foi eliminado pelos Estados Unidos na terça, mas sua breve participação ainda rende notícias. O repórter Adriano Wikson, do UOL, testemunhou agressões a torcedoras após a partida, com uma tendo inclusive seu celular furtado. 

Torcedoras ouvidas pela reportagem acusam o governo iraniano de espioná-las nos estádios da Copa. Elas também reclamam da falta de proteção dada pelas autoridades locais. 

Duas organizações internacionais de direitos humanos disseram nesta quarta (30) que um torcedor iraniano que comemorou a derrota de sua seleção para os EUA foi morto com um tiro na cabeça por forças de segurança no Irã.

O país é palco de uma série de protestos desde que a jovem iraniana de origem curda Mahsa Amini foi morta na cadeia, três dias após ter sido presa por violar o rígido código de vestimenta do país. A própria seleção do país se recusou a cantar o hino nacional antes da estreia do país na Copa, contra a Inglaterra, em solidariedade às iranianas.

Edição: Rodrigo Durão Coelho