O CDES Direitos Humanos promove, neste sábado (3), a partir das 11 horas, na Ocupação Steigleder, em São Leopoldo, a terceira aula do curso de formação de defensores populares do direito à moradia. A Campanha Despejo Zero vem denunciando, desde 2020, os despejos no Brasil. Segundo os dados levantados no último trimestre de 2022, existem hoje no Brasil mais de 188 mil famílias ameaçadas de despejo e mais de 35 mil famílias foram despejadas no período entre março de 2020 e setembro de 2022. O despejo é uma grave violação aos direitos humanos e a moradia um direito humano internacionalmente reconhecido e garantido pela nossa Constituição Federal.
Diante deste cenário de violações, o Fórum Nacional de Reforma Urbana e a Campanha Despejo Zero promoveram, em nível nacional, cursos de formação de defensores populares do direito à moradia. Em Porto Alegre, o curso está sendo coordenado pelo CDES Direitos Humanos. Para o curso se inscreveram líderes comunitários e acadêmicos da Região Metropolitana de Porto Alegre. A carga horária é de quatro aulas virtuais e quatro presenciais. As duas primeiras presenciais ocorreram em Porto Alegre, na calçada da Cooperativa 2 de Junho, na Borges de Medeiros, e no 4º Distrito, com visita à Ocupação Zumbi dos Palmares.
A terceira aula será na Ocupação Steigleder. No início da noite de sábado, ocorrerá a quarta atividade, na Ocupação Utopia e Luta, na Borges de Medeiros, novamente em Porto Alegre. O Fórum Nacional da Reforma Urbana é uma coalizão de entidades (movimentos populares, ONGs, sindicatos, grupos de pesquisa) que atuam em defesa do direito à cidade e à moradia desde a década de 1980.
A Campanha Despejo Zero é uma articulação nacional que reúne mais de 175 organizações, entidades, movimentos sociais e coletivos para atuar contra os despejos e remoções forçadas em todo o Brasil.
As aulas virtuais trataram de temas mais pertinentes aos despejos com conteúdo sobre direitos humanos, direito à cidade, conflitos fundiários e sistema de justiça. Participaram voluntariamente professores universitários, defensores públicos, promotores de justiça, advogados, arquitetos e representantes de movimentos populares. Para a arquiteta Karla Moroso, do CDES Direitos Humanos, defender o direito à moradia e lutar contra os despejos é defender a vida.
