Catar 2022

França e Marrocos decidem nesta quarta quem enfrenta a Argentina na final da Copa

Após eliminar Espanha e Portugal, Marrocos encara mais um "inimigo íntimo" para seguir fazendo história no Mundial

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Hakimi e Mbpappé: companheiros no Paris Saint-Germain, craques estão em lados opostos no jogo desta quarta - Franck FIFE, Jack GUEZ / AFP

Um jogo que já tem lugar garantido na história das Copas do Mundo: assim pode ser definida a semifinal desta quarta-feira (14) entre França e Marrocos, que vai indicar a equipe que chegará à final do Mundial contra a Argentina, que nesta terça despachou a Croácia com uma incontestável vitória por 3 a 0.

A partida começa às 16h (de Brasília) e será disputada no estádio Al Bayt, na localidade de Al Khor. A arbitragem, comandada pelo mexicano César Ramos, terá participação brasileira: Neuza Back será auxiliar de impedimento na equipe de arbitragem de vídeo.

Depois de eliminar Espanha e Portugal, os marroquinos querem passar por mais um adversário com quem têm enorme ligação cultural, social e política para chegar à decisão. A classificação às semifinais já é um resultado inédito, não só para o país, mas para todo o continente africano. A chance de disputar a decisão, então...

Já a França tenta chegar à segunda final e ao segundo título consecutivo. Desde que conquistaram o troféu em casa, em 1998, os franceses se consolidaram como uma das principais seleções do planeta, e, se vencerem nesta quinta, disputarão a quarta final nas sete últimas edições da Copa. Apenas a Itália (34-38) e Brasil (58-62) venceram dois Mundiais seguidos. 

Inimigos íntimos

A França exerceu dominação sobre o Marrocos entre os anos de 1912 e 1956. As relações históricas entre os países, porém, vêm de antes disso. Os dois países estiveram em guerra em 1844, por exemplo.

Desde a independência marroquina as relações diplomáticas são amigáveis. Entretanto, a tensão existe, e é vivida na pele por imigrantes que deixam o Marrocos para viver na França (assim como acontece com os marroquinos na Espanha, por exemplo).

A diáspora marroquina, aliás, é facilmente percebida no elenco do país na Copa do Mundo. Dos 26 jogadores convocados, 14 nasceram em outros países, descendentes de pessoas que migraram. Dois, inclusive, nasceram na própria França.

Os dados variam de acordo com a fonte, mas é certo que atualmente mais de um milhão de marroquinos e descendentes vivam em território francês. Nesta Copa do Mundo, com a boa campanha marroquina, as ruas das principais cidades francesas foram tomadas por muitos deles.

Na Copa

Atual campeã, a França chegou muito cotada para conquistar novamente o troféu no Catar. Nem mesmo as lesões dos meias Kanté e Pogba e do atacante Benzema foram suficientes para tirar o time da disputa.

Na primeira fase, vitórias sobre Austrália (4 a 1) e Dinamarca (2 a 1) e derrota para a Tunísia (1 a 0), em partida em que o técnico Didier Deschamps mandou a campo os reservas. Na fase eliminatória, a França passou por Polônia (3 a 1, nas oitavas de final) e Inglaterra (2 a 1, nas quartas).

Marrocos se destacou desde a primeira fase, quando liderou um grupo que tinha Croácia, Bélgica e Canadá. Venceu belgas e canadenses (2 a 0 e 2 a 1, respectivamente) e empatou com os croatas em 0 a 0. Depois, vitória nos pênaltis sobre a Espanha após empate sem gols e triunfo por 1 a 0 sobre Portugal. Com apenas um gol sofrido, a equipe tem a melhor defesa do Mundial até aqui.

Edição: Rodrigo Durão Coelho