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SEM ANISTA

Análise | Mais perigoso do que o barulho é o silêncio do neofascismo

Mapear suas lideranças e seus pontos de encontro e debate presenciais e virtuais são medidas urgentes

12.jan.2023 às 09h27
Campinas (SP)
Eduardo Rezende Pereira

As imagens mostram que os bolsonaristas não só reivindicavam um golpe de estado, o que é crime no Brasil, como também depredaram patrimônio histórico da humanidade - Marcelo Camargo/ABr

O crime ocorrido em Brasília no domingo, 8 de janeiro, trouxe horror e indignação. Este episódio se contrapôs à festa promovida uma semana antes, durante a posse de Lula da Silva (PT) em seu terceiro mandato como presidente da República, e é uma demonstração de que o movimento neofascista segue forte, articulando-se nas entranhas da sociedade mesmo sem Jair Bolsonaro (PL) à frente do governo federal.

O Brasil se tornou alvo de notícias internacionais pela segunda semana seguida. O caso brasileiro se assemelhou ao caso estadunidense, ocorrido em 6 de janeiro de 2021, quando seguidores de Donald Trump (Republicanos), em tentativa golpista, tomaram o Capitólio, prédio do congresso estadunidense, para impedir a sessão que certificaria a vitória do candidato eleito, Joe Biden (Democratas), à presidência da república.

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Os manifestantes brasileiros tinham um perfil semelhante ao dos estadunidenses – a maioria composta por homens adultos, portando símbolos nacionais –, e embora tenham tido o mesmo fim, com o ato criminoso sendo disperso e centenas dos criminosos sendo presos, resta ainda saber quem são as lideranças que articularam o movimento e, sobretudo, quem são os financiadores e quais foram as formas e as quantias do financiamento. Descobrir tais informações é uma tarefa urgente e central para o próximo período, para o restabelecimento da normalidade e o fortalecimento da nossa democracia.

As centenas de manifestantes que tomaram a Praça dos Três Poderes vandalizaram o prédio do Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto. Os registros fotográficos e audiovisuais feitos por jornalistas, pela equipe do atual governo e pelos próprios manifestantes, mostram arquivos, cadeiras, mesas, vidraças, portas e obras de arte diversas, tudo que é patrimônio material e imaterial do povo brasileiro, quebrado, molhado ou queimado. O levantamento de custos com o restauro e a compra de novos itens ainda será feito, mas não é difícil imaginar que será na casa dos milhões – e nós, o povo brasileiro, é que pagaremos a conta.

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O que chamou atenção no debate promovido nas redes sociais e em certas publicações feitas pelas mídias hegemônica e alternativa, foi a conivência das forças policiais com os criminosos durante o ato de vandalismo – selfies e diálogos mornos dos fardados com os criminosos, passividade ante à tragédia e, inclusive, a demonstração dos corredores e caminhos que poderiam ser percorridos no interior dos prédios localizados na Praça dos Três Poderes.

As forças policiais têm lado, e isso todos nós sabemos – um contraponto à passividade da Polícia Militar do Distrito Federal no domingo pode ser exemplificado na ação promovida pela Polícia Militar do Paraná dois dias depois, na terça-feira, 10, quando dezenas de famílias sem-teto foram despejadas de um acampamento e um jornalista e militante foi detido e teve seu equipamento de trabalho apreendido.

O próximo governo Lula terá que lidar com mais profundidade com o tema da segurança pública, envolvendo governadores, pesquisadores e ativistas do tema, dando respostas ao avanço do movimento neofascista. As primeiras ações neste sentido poderiam ser a exoneração de cerca de 6 mil militares que hoje ocupam cargos civis no Estado brasileiro e a apuração e punição dos crimes cometidos por membros do movimento neofascista e do governo do ex-presidente Bolsonaro.

Neste sentido, também é necessária uma intensa campanha política, educativa e cultural. O governo Lula, na atribuição que lhe é concedida, deve se manifestar mais incisivamente contra este episódio em rede nacional, provocando o rechaço moral contra os atos antidemocráticos, que podem não apenas continuar ocorrendo, como se descentralizar de Brasília para as capitais e as cidades do interior do país – tal como ocorreu com os acampamentos em frente aos quartéis, antessala do ocorrido no último domingo, que foram tolerados em demasia.

O movimento neofascista continuará independentemente da prisão de alguns dos seus ativistas, e que mais grave que o seu barulho é o seu silêncio: mapear suas lideranças e seus pontos de encontro e debate presenciais e virtuais, interrogar e investigar os crimes cometidos contra cidadãos, instituições a própria democracia é parte do processo de retirar o fascismo da sociedade brasileira. 

Artistas, intelectuais, educadores, organizações políticas e movimentos sociais diversos devem construir ações semelhantes, que sirvam como vigília à democracia, e, mais do que isso, agitem a palavra de ordem contra a anistia – “Sem anistia”. Lutar contra o neofascismo não será uma luta fácil, mas muito provavelmente será ainda mais difícil enquanto a sua maior figura, o ex-presidente Bolsonaro, não for julgado e condenado por seus crimes contra a democracia e o povo brasileiro.

Fugindo de seus crimes, Bolsonaro viajou para os Estados Unidos e atualmente se encontra na Flórida – reduto trumpista, onde o movimento neofascista nos EUA tem tomado maior força. Já existe uma movimentação por parte de congressistas democratas para que Bolsonaro seja deportado, e o próprio ex-presidente já tentou, e não conseguiu, uma cidadania italiana como segunda alternativa.

Especialistas têm especulado no sentido de que, caso haja o devido interesse por parte das instituições – e, acrescento, a necessária pressão por parte da sociedade brasileira –, podem se abrir dois caminhos para o ex-presidente. O primeiro caminho é a negação do seu visto, feita por solicitação do governo brasileiro ao governo norte-americano, e a consequente condição de ilegalidade e necessário retorno ao Brasil. O segundo caminho é a extradição, promovida após uma condenação feita pela justiça brasileira, que embora seja um processo mais demorado, dá a devida resposta à altura do seu caso: Bolsonaro é um cidadão que historicamente se posiciona e promove atentados contra a democracia e é um ex-governante que, dentre diversos outros crimes, carrega em suas costas a morte de milhares de pessoas, ante a sua irresponsabilidade frente a crise sanitária de Covid-19.

Mais grave do que a forma, foi o conteúdo da manifestação de domingo. O aceno antidemocrático representa muito mais do que o choro dos perdedores: é a disposição e o comprometimento de centenas de corpos, mentes e corações com a instauração violenta de um outro projeto de país, que, como sabemos, não busca abarcar toda a diversidade que há no Brasil e tampouco se compromete com os direitos sociais, civis e políticos duramente conquistados em nossa história.

No mês de abril farão 59 anos do golpe militar de 1964. Temos que constantemente lembrar a nossa história para que seus tristes episódios nunca mais aconteçam. Não queremos novos anos de chumbo, e justamente por isso não podemos tolerar e deixar passar o que aconteceu em Brasília no dia 8 de janeiro: todos os manifestantes, articuladores e financiadores do ato antidemocrático devem sentir o peso da lei. Não haverá normalidade enquanto houver riscos à democracia em nosso país.

 

* Eduardo Rezende Pereira é doutorando em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e militante da Consulta Popular.

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Pedro Carrano
Tags: bolsonarismoneofascismo
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