Justiça

PF realiza operação em Campos de Goytacazes, no Rio, contra lideranças de atos antidemocráticos

Mandados buscam golpistas que participaram da organização e financiamento das ações de vandalismo em Brasília no dia 8

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Durante a investigação, foi possível colher elementos de prova capazes de vincular os investigados na organização e liderança dos eventos - Divulgação/PF

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta segunda-feira (16) operação em Campos de Goytacazes (RJ) para cumprir cinco mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão temporária de investigados nos atos antidemocráticos após o 2º turno das eleições presidenciais e nos atos de vandalismo em Brasília ocorridos no dia 8 de janeiro, com ataques às sedes dos três poderes da República.

A investigação teve início para identificar lideranças locais que bloquearam as rodovias que transpassam o município de Campos dos Goytacazes, a organização das manifestações vistas em frente aos quartéis do Exército nessa cidade e, por último, a participação dos investigados e de outras lideranças na organização e financiamento dos atos que desencadearam a depredação dos prédios públicos e atentados contra as instituições democráticas ocorridas no dia 8.

Durante a investigação, foi possível colher elementos de prova capazes de vincular os investigados na organização e liderança dos eventos. Além disso, com o cumprimento hoje dos mandados judiciais, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, será possível identificar eventuais outros partícipes e coautores na empreitada criminosa.

A operação realizada nesta segunda chama-se "Ulysses". Os crimes investigados são os constantes no art. 288 (Associação Criminosa), 359-L (Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito) e 286, parágrafo único (Incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais), todos do Código Penal.

"Investigações não vão parar"

Na edição desse domingo (15) o programa Fantástico, na TV Globo, divulgou vídeos inéditos sobre a ação terrorista na Praça dos Três Poderes. Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, "as imagens exibidas pelo Fantástico mostram a imprescindibilidade das medidas adotadas desde a tarde do domingo: intervenção federal no DF; cerca de 1.500 pessoas presas; buscas e apreensões; ações de indenização. E as investigações estão apenas começando e não vão parar".

Também no Fantástico, o interventor na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, afirmou que muitos policiais ficaram feridos durante a ação terrorista contra os três poderes, realizada por seguidores de Jair Bolsonaro. "Nós temos 44 policiais militares feridos em combate. Eles enfrentaram homens profissionais entre os manifestantes. Gente treinada e preparada. Gente que tinha noção de tática de enfrentamento, gente que tinha luva própria para devolver granada e artefatos e gente que por muito pouco não ceifou a vida de um policial militar", disse.