Violência

Movimentos populares de todo o mundo se solidarizam com manifestantes peruanos

Declarações de apoio vêm principalmente de países latino-americanos, como Argentina, Chile, Cuba e México

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Polícia prende manifestante em Lima, no Peru, em protesto pela realização de eleições gerais - Ernesto Benavides / AFP

A grande manifestação realizada pelas organizações sociais peruanas nesta quinta-feira (19/01), pedindo a renúncia da presidente Dina Boluarte e a realização de novas eleições no país, despertaram a solidariedade de diversos movimentos do mundo todo, especialmente na América Latina

Entre os grupos que expressaram seu apoio à causa peruana está o movimento Pañuelos Rojos, de Cuba, que divulgou um comunicado nesta sexta (20/01) declarando que “os revolucionários da América Latina e do resto do mundo têm a obrigação moral de se solidarizar com o povo peruano e contribuir para tornar visível a luta que hoje se vive na terra de Mariátegui e Túpac Amaru”.

Quem também se posicionou sobre a situação no Peru foi o ativista social argentino Juan Grabois, porta-voz da Confederação dos Trabalhadores da Economia Popular em seu país e figura conhecida por sua proximidade com o papa Francisco – foi ele que entregou a Lula um rosário abençoado pelo pontífice quando o líder petista estava preso em Curitiba.

“Toda força ao povo peruano em sua justa luta pela dignidade e total repúdio ao governo repressor. Em breve estaremos acompanhando-os em uma nova Missão de Solidariedade e Direitos Humanos”, afirmou o dirigente social argentino.

No Chile, a vice-presidente nacional da Associação dos Professores, Paulina Cartagena, publicou um apelo em sua conta de Twittter pedido o “fim da repressão no país vizinho”. A foto que ilustra a mensagem mostra militantes da associação com uma faixa dizendo “O povo peruano não se rende! Parem a repressão!”.

O mexicano Tomás Pliego, fundador e militante do partido Morena, o mesmo do presidente Andrés Manuel López Obrador, disse que “a direita golpista está tremendo. Hoje o povo do Peru se prepara para retomar as rédeas de seu destino. De todos os cantos desse país irmão, milhares de mulheres e homens tentarão tomar Lima pacificamente”.

No resto do mundo também houve manifestações de apoio. O movimento norte-americano Aliança Negra pela Paz denunciou que o governo peruano aumentou a repressão contra os manifestantes, em sua maioria indígenas, “após culpá-los por um incêndio no centro de Lima”.

Por sua vez, a organização catalã de Entrepueblos Entrepobles Entrepobos Herriarte publicou que “na Praça Sant Jaume de Barcelona, acompanhamos nossas irmãs peruanas em seu protesto contra a repressão no Peru e em memória de todos os feridos e assassinados”.