Não a golpes

Dino apresenta pacote antigolpismo: penas mais duras e ações contra crimes nas redes sociais

Medidas vão ser analisadas pelo governo antes de irem ao Congresso Nacional em fevereiro

Brasil de Fato | São Paulo (SP) | |

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Dino disse que o pacote foca apenas em ações golpistas - José Cruz/Agência Brasil

O presidente Lula (PT) ouviu nesta quinta-feira (26) detalhes sobre o pacote proposto pelo ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), como resposta aos ataques terroristas cometidos por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) em Brasília no dia 8 de janeiro.

Dino propõe punições mais duras aos envolvidos em atos contra a democracia, a criação de uma força de segurança para proteger as sedes dos Três Poderes e multas para redes sociais que não excluírem conteúdos criminosos.

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Sobre as punições, o ministério quer que o governo envie ao Congresso Projetos de Lei (PLs) para que quem for culpado de participar de atos antidemocráticos perca cargos públicos e tenha vetada a participação em concursos. Além disso, sugere a criação de novas leis contra quem ameaçar a vida dos chefes dos Poderes da República, além de apressar o processo de perda de bens dos envolvidos.

Dino defendeu uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para a criação de uma guarda nacional para proteger a Esplanada dos Ministérios e a praça dos Três Poderes.

"Não é regulação"

O ministro da Justiça deseja ainda que as redes sociais sejam rápidas para excluir conteúdos que incentivem crimes. A ideia é que estas tenham duas horas para apagar material antidemocrático, sob pena de multa por hora descumprida. Essa ação seria implementada por meio de uma Medida Provisória (MP).

Dino ressaltou que a medida focaria apenas em conter ações golpistas. 

"Não é regulação da internet, não se confunde com temática das fake news. Do mesmo modo, consideramos que as plataformas terão suas próprias responsabilidades, com a retirada de conteúdos, podendo haver sanções. É algo bem focado exclusivamente em crimes voltados contra o Estado Democrático de Direito e o terrorismo", afirmou Dino.

O pacote será analisado por Lula e enviado ao Congresso Nacional em fevereiro. 
 

Edição: Rodrigo Durão Coelho