Contra o genocídio

Lula determina corte de tráfego aéreo e fluvial para combater garimpo e proteger os Yanomami

Ministério da Justiça criou grupo técnico para criar projeto de combate ao garimpo ilegal em territórios demarcados

São Paulo | SP |

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Pelo menos 1.556 pequenos Yanomami têm hoje algum déficit de peso - Divulgação/MDS

Para combater o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, e prestar auxílio aos indígenas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou hoje que seja interrompido o tráfego aéreo e fluvial na região.

A decisão foi tomada por Lula após reunião com seis ministros do governo, a presidenta da Fundação Nacional Indígena (Funai), Joenia Wapichana, e o brigadeiro Marcelo Damasceno, comandante da Aeronáutica.

Da equipe de governo estavam os ministros Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Flávio Dino (Justiça), Silvio Almeida (Direitos Humanos), José Múcio (Defesa), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil).

Em nota divulgada à imprensa, a Presidência da República explicou a decisão. "As iniciativas visam combater, o mais rápido possível, o garimpo ilegal e outras atividades criminosas na região impedindo o transporte aéreo e fluvial que abastece os grupos criminosos."

"As ações também visam impedir o acesso de pessoas não autorizadas pelo poder público à região buscando não apenas impedir atividades ilegais, mas também a disseminação de doenças", finalizou.

Mais cedo, Lula já havia determinado a criação de um grupo de trabalho para estudar e propor ações para o combate ao garimpo ilegal em terras indígenas. A equipe técnica terá 60 dias para apresentar um projeto ao presidente.

A criação do grupo de trabalho foi determinada por uma portaria publicada no Diário Oficial da União pelo ministro Flávio Dino. "Considerando as práticas de crimes e as gravíssimas violações de direitos fundamentais ocasionadas em razão do garimpo ilegal em terras indígenas na região amazônica, inclusive com a notícia de desnutrição e fome que ocasionaram cerca de 570 mortes evitáveis de crianças indígenas Yanomamis (Roraima), nos últimos 4 anos."

Edição: Thalita Pires