49 votos a 32

Apoiado por Lula, Rodrigo Pacheco vence bolsonarista Marinho e seguirá na presidência do Senado

Candidato à reeleição, senador mineiro do PSD teve apoio de governistas e aliados de centro

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

Ouça o áudio:

Pacheco foi reeleito para comandar o Senado nos próximos dois anos - Roque de Sá/Agência Senado

O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi reeleito nesta quarta-feira (1º) para a presidência do Senado e do Congresso Nacional. Candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele somou 49 votos, contra 32 do bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN). Eles foram os dois únicos candidatos. Eduardo Girão (Podemos-CE) abriu mão da candidatura instantes antes da votação.

O resultado confirmou o favoritismo de Pacheco, apesar do trabalho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de seu entorno para tentar viabilizar a candidatura de Marinho e fazer do Senado um reduto do bolsonarismo nestes primeiros anos de governo Lula.

A votação aconteceu horas depois da cerimônia de posse dos 27 senadores eleitos em 2022 (Marinho era um deles). Os outros 54 integrantes da casa, incluindo Pacheco, permaneceram desde a última legislatura. No Senado, os mandatos são de oito anos.

A eleição 

Após gastar os 15 minutos a que tinha direito para fazer campanha para defender pautas de extrema-direita, Girão anunciou que estava desistindo da candidatura em favor de Marinho. A sessão seguiu, com os discursos de Pacheco (defendendo sua gestão) e Marinho (se colocando como alternativa pretensamente democrática) antes do início efetivo da votação.

Senadores bolsonaristas, deram, então, início à uma tentativa de tumultuar os trabalhos, com discursos difusos em defesa de votação aberta. Alguns parlamentares prometeram mostrar suas cédulas de votação antes de depositá-las na urna, e foram orientados a não fazê-lo pelo presidente da sessão, o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), já que isso poderia, inclusive, causar a anulação dos votos.

Representantes do bloco que apoia Marinho, então, subiram o tom de voz, e os primeiros senadores chamados a depositar os votos o fizeram em meio a gritaria e troca de acusações. Vital do Rêgo conseguiu contornar o tumulto e o processo seguiu. 

A contagem dos votos começou pouco depois das 18h. As cédulas em papel, tiradas uma a uma da mesa onde foram depositadas depois de aberta a urna, deram uma tensão adicional à contagem.

Houve, porém, momentos de bom humor, como quando houve uma sequência de votos abertos favoráveis a Pacheco e pôde-se ouvir o comentário "entraram os votos do Nordeste" - em referência à região do país onde Lula teve maior votação nas eleições de 2022. Quando Pacheco chegou a 41 votos, número necessário para garantir a vitória, seus apoiadores fizeram festa no plenário.

Edição: Rodrigo Durão Coelho