A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a manutenção da prisão preventiva do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal Fábio Augusto Vieira. A defesa do integrante da corporação entrou com um pedido de liberdade argumentando que não houve omissão nos atos criminosos praticados por bolsonaristas nas sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro.
"O que se tem, até esse momento, é uma hipótese criminal que autoriza a custódia cautelar do requerente, porque, ainda que haja necessidade de delimitação de outras responsabilidades e alguns contornos fáticos, há evidências de que o requerente sabia, podia e devia ter agido", diz um trecho de manifestação da Procuradoria-Geral da República.
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Segundo a PGR, o ex-comandante tinha "pleno conhecimento das manifestações". "É pouco ou nada crível que o Comandante-Geral da Polícia Militar desconhecesse a gravidade dos atos que se avizinhavam na manhã do dia 8 de janeiro, tanto que, pessoalmente, deslocou-se para o sítio dos fatos para acompanhar todos os seus desdobramentos causais."
Senador acusa Bolsonaro de coagi-lo a dar um golpe
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) renunciou ao cargo e acusou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de coagi-lo a dar um golpe de Estado, nesta quinta-feira (2).
"Eu ficava puto quando me chamavam de bolsonarista. Vocês me esperem que vou soltar uma bomba. Sexta-feira vai sair na Veja a tentativa de Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto com ele, só para vocês terem ideia. E é logico que eu denunciei", disse o senador durante uma transmissão ao vivo feita em suas redes sociais.
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Ele também anunciou a sua renúncia ao cargo de senador, mas não citou o ex-presidente. "Após quatro anos de dedicação exclusiva como senador pelo Espírito Santo, chegando a sofrer um princípio de infarto, venho através desta, comunicar a todos os capixabas a minha saída definitivamente da política."
"Perdi a convivência com a minha família em especial com minha filha. Não adianta ser transparente, honesto e lutar por um Brasil melhor, sem os ataques e as ofensas que seguem da mesma forma. Nos próximos dias, darei entrada no pedido de afastamento do Senado e voltarei para a minha carreira nos EUA", disse.
PSOL pede cassação de deputados que apoiaram ato golpista
A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados irá solicitar ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar a cassação de quatro deputados que incentivaram, participaram ou apoiaram os atos golpistas ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro, segundo apuração da Folha de S. Paulo. São eles Silvia Waiãpi (PL-AP), Clarrissa Tércio (PSC-PE), Abílio Brunini (PL-MT) e André Fernandes (PL-CE).
"Apesar dos atos terem chocado todos aqueles defensores do Estado Democrático de Direito, alguns parlamentares se sentiram representados por tais atos, justificando, via redes sociais, a prática criminosa e veiculando fake news acerca dos fatos", diz a representação.
O presidente do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou que "os atos terroristas do dia 8 de janeiro devem ser punidos exemplarmente. Depois de quatro anos de ameaças à democracia, devemos demonstrar que elas não serão mais toleradas".
Tribunal revoga prisão domiciliar contra Sérgio Cabral
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) revogou, nesta quarta-feira (1º), um dos dois mandados de prisão domiciliar que foram expedidos contra o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral. Assim, apesar da decisão, Cabral segue sob prisão domiciliar.
O mandado que foi revogado é referente a uma investigação da Operação Eficiência, que apurou o envio de aproximadamente R$ 300 milhões em propina para o exterior.
Edição: Nicolau Soares