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CGU revisa regras de acesso à informação do governo federal e vai derrubar sigilos de Bolsonaro

Nova política do órgão foi uma determinação do presidente Lula em decreto assinado em 1º de janeiro, dia de sua posse

Brasil de Fato | Brasília (DF) |

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Vinícius de Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União, em entrevista coletiva realizada nesta sexta-feira (3) - Reprodução/YouTube

A Controladoria-Geral da União (CGU) revisou as regras da política de acesso à informação do governo federal e, com isso, vai liberar uma série de informações que foram decretadas sigilosas durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O anúncio foi feito em entrevista coletiva concedida pelo ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, na manhã desta sexta-feira (3).

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A decisão do órgão responde a um decreto assinado pelo presidente Lula (PT) no dia de sua posse no cargo, em 1º de janeiro, que determinou que a CGU revisasse, em até 30 dias, a imposição do sigilo de até 100 anos a documentos de Bolsonaro, da família dele e de atividades de Inteligência do Executivo.

Retrocesso

Em sua apresentação, o ministro destaca que, nos últimos anos, o Brasil testemunhou retrocessos na política de acesso à informação e de governo aberto, o que trouxe a necessidade de uma reavaliação dos processos anteriores.

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"Qual que é a questão? Temos uma avaliação de que foi utilizado esse argumento de maneira desmesurada para coisas que não tinham absolutamente nada a ver com a segurança do presidente da República", afirmou Vinícius de Carvalho.

Quando e como as informações serão divulgadas?

Seguindo os parâmetros das novas regras apresentadas, a CGU vai analisar 234 casos de sigilo estabelecidos pelo governo Bolsonaro, distribuídos pelo seguinte argumento de recusa: 111 por ameaça à segurança nacional, 35 por ameaça à segurança do presidente, 49 por informações pessoais, 16 por serem atividades de inteligência e 23 de outros gêneros. A expectativa de especialsitas e organizações que atuam no tema é que boa parte deles devem ser derrubados.

Questionado se as informações do processo administrativo do Comando do Exército que envolve o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, poderiam a vir a público, Vinícius de Carvalho disse que "nas próximas semanas" os julgamentos "serão publicizados".

Vinícius de Carvalho explicou que, de acordo com o julgamento de novos pedidos de acesso à informação ou de requerimentos em andamento, as informações serão divulgadas por meio de pedidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) cadastrados no sistema do governo federal.

Edição: Nicolau Soares