As conquistas coletivas dos 24 anos do assentamento Contestado, da Lapa (PR), serão comemoradas com uma grande festa neste sábado (11). Os festejos começam às 10h e seguem até às 17h, com almoço, bolo, feira e baile, entre outras atividades ao longo de todo o dia.
A Feira da Reforma Agrária trará a diversidade de produtos da comunidade, desde hortifrutis agroecológicos, produtos artesanais e agroindustrializados. O almoço terá churrasco e acompanhamentos, a preços populares. No espaço Culinária da Terra serão servidos lanches, porções, café e sucos para consumo no local, com valores diversos.
“Será uma data muito importante, teremos muitas comemorações e será um dia repleto de atividades junto com as famílias e todos os amigos e amigas que participam da luta do MST”, reforça Dalvan Petry Mallmann, integrante da coordenação do Assentamento.
Imagem do dia da ocupação da área, em 7 de fevereiro de 1999 / Foto: Arquivo MST
A área onde hoje está o assentamento foi ocupada no dia 7 de fevereiro de 1999 e era uma propriedade improdutiva e com dívidas de impostos, com histórico de trabalho escravo.
Localizada a 70 quilômetros de Curitiba, capital do Paraná, a comunidade é formada por mais de 160 famílias e tem 3.228 hectares (1.240 são de áreas de proteção ambiental). Todo o território integra os limites da Área de Proteção Ambiental da Escarpa Devoniana.
O nome do assentamento faz referência à resistência popular da Guerra do Contestado, ocorrida entre 1912 e 1916. O conflito armado envolveu posseiros e pequenos proprietários de terras, o governo federal e estadual de Santa Catarina e Paraná, vitimando mais de 10 mil pessoas.
Comunidade camponesa da Reforma Agrária
Ao longo de 24 anos, as famílias camponesas do Assentamento Contestado transformaram o local em uma comunidade completa, com escolas, unidades de saúde, cooperativa e espaços de lazer.
A agroecologia é uma dos pilares na construção da comunidade, que é sede da Escola Latina Americana de Agroecologia (ELAA). A Escola foi criada em 2005, em articulação com a Via Campesina.
Educandos e educandas da ELAA / Foto: Wellington Lenon
Os cursos em andamento são de graduação em Tecnologia em Agroecologia, Licenciatura em Educação do Campo e de especialização em Educação do Campo e a Realidade Brasileira, em parceria com a Universidade Federal do Paraná e o Instituto Federal do Paraná. O público dos cursos são pessoas moradoras de acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária, indígenas, quilombolas e educandos e educandas de todo o Brasil e da América Latina.
A educação também é garantida na comunidade para as crianças, por meio da Ciranda Infantil, e do ensino fundamental e médio, na Escola Municipal e no Colégio Estadual conquistados pelo assentamento.
Organização da entrega dos alimentos para o PNAE / Foto: Leonardo Henrique
O trabalho cooperativo é a principal forma de organização da produção da comunidade. Criada pelo assentamento em 2010, a Cooperativa Terra Livre tem o diferencial de ser 100% agroecológica. A produção é comercializada por meio de feiras, cestas agroecológicas, e principalmente por meio do Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE), chegando a mais de 100 escolas de Curitiba e região. A cooperativa integra a Cooperativa Central de Reforma Agrária do Paraná (CCA-PR), formada por 23 associadas.
A Unidade Básica de Saúde (UBS) Chica Pelega garante o atendimento convencional com várias especialidades, em diálogo permanente com a Saúde Popular, por meio das terapias naturais como bioenergia e chás – inclusive com uma horta medicinal.
A comunidade também tem o Centro Cultural Casarão, o primeiro espaço cultural dentro de um assentamento de reforma agrária, na região Sul do Brasil. Antes de se tornar um espaço de cultura, ali era a Casa Grande, no período colonial.
Os mutirões com o coletivo Marmitas da Terra ocorrem aos sábados, para plantio, manejo e colheita nas hortas e agroflorestas coletivas / Foto: Barbara Zem
A produção garantiu a participação da comunidade nas ações de solidariedade realizadas ao longo da pandemia da Covid-19, com a partilha de toneladas de alimentos e o plantio de sete mil mudas de árvores em 2021. As iniciativas fizeram parte das ações de solidariedade organizadas pelo MST durante o período da pandemia.
Áreas de produção coletiva da comunidade também recebem os mutirões de cultivo de hortas e agroflorestas, em conjunto com o coletivo Marmitas da Terra. As colheitas garantidas por meios deste trabalho fortaleceram a produção de 180 mil refeições, de junho de 2020 até dezembro de 2022, além de ajudar outras cozinhas comunitárias da capital.
Reserva para o almoço
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Churrasco: será servido por unidade de 2 kg, por R$ 100 (serve de 4 a 5 pessoas)
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Porções de arroz, maionese, saladas e farofa, por R$ 5 cada porção
Reserve pelos contatos: (41) 99656-7140 ou (49) 99169-7494
Pix para reserva: (41) 998805596 – Julia Mariglod
Programação
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9h – Recepção
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10h – Abertura com ato político
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12h – Almoço
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15h30 – Bolo coletivo
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16h – Baile
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17h – Encerramento