Sintonize

Última década registrou anos mais secos no Brasil desde 1985, aponta levantamento do MapBiomas

Pantanal e Caatinga são os biomas que mais perderam superfície hídrica em 37 anos de monitoramento

Ouça o áudio:

Redução da superfície de hídrica tem impacto na geração de energia e afeta disponibilidade de água para a população - Fábio Pozzebom/ Agência Brasil

O Brasil registrou os anos mais secos desde 1985 entre 2013 e 2021, ano de menor superfície hídrica da série histórica. Os dados são do monitoramento realizado a partir de imagens de satélite pelo MapBiomas Água e divulgados nesta quinta-feira (16). 

O levantamento mostra que somente em 2022 é que o país voltou a dar sinais de melhora, com recuperação de 1,7 milhão de hectares de superfície de água.

::Como os lençóis freáticos da Amazônia atuam sobre as mudanças climáticas::

Os dados revelam que o Brasil viveu um pico de disponibilidade hídrica em 1991. Depois, passou por um período de estabilidade, mas com tendência de redução, que se confirmou com a perda de 1,5 milhão de hectares até 2021. 

Apesar da melhora em 2022, o coordenador técnico do MapBiomas Água, Juliano Schirmbeck, destaca que o cenário é preocupante, principalmente por haver uma variabilidade quando se olha para cada um dos biomas. No Pampa, por exemplo, que é predominante do Rio Grande do Sul, a situação é considerada crítica. 

::Seca no RS: mais da metade das cidades emitiram Decreto de Situação de Emergência::

"Dentro do próprio Brasil, a gente vê variabilidade. A recuperação que aconteceu em biomas como Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia não foi tão representativa nos biomas Pantanal e Pampa. No Pampa, 2022 foi o ano de menor superfície, então é uma situação crítica no Sul do Brasil", destaca em entrevista ao programa Bem Viver desta quinta-feira (16). 

No Pantanal, o levantamento mostra que em 2022, a superfície de água anual aumentou pela primeira vez desde 2018. Apesar disso, o bioma ainda passa por um período seco. A diferença da superfície de água com a média da série histórica chega a 60,1%.

Juliano Schirmbeck aponta que o desmatamento é um elemento que deve ser considerado quando se olha para as variações da superfície hídrica. Ele ressalta o papel dos chamados rios voadores que são determinantes para as precipitações na região central do país. O fenômeno depende da umidade gerada na Amazônia. Dessa forma, conforme explica o pesquisador, a redução da área coberta por florestas podem impactar nas chuvas que abastecem os rios e reservatórios de outras regiões. 

"Uma série de estudos começa a trazer relações de causa e consequência de que o desmatamento da Amazônia está influenciando no nosso regime de precipitação. A superfície de água é uma consequência da precipitação. Tem menos precipitação, vou ter menos volume de água nos rios, nos reservatórios e menos superfície", pontua.  

Prejuízo generalizado

Além do desmatamento, mudanças no uso e cobertura da terra pelo setor agropecuário também é um dos fatores destacados por Schirmbeck. 

::Águas cercadas: como o agronegócio e a mineração secam rios no Brasil::

"A conversão do ambiente natural para o ambiente agrícola muda a dinâmica de respostas. Hoje, o agronegócio também acaba sendo prejudicado. Grande parte do país trabalhava com o manejo de safra e safrinha, que consiste em plantar uma safra principal e, logo depois, outra com um ciclo mais curto. Uma série de regiões já não consegue mais ou pra fazer essa segunda safra do ano precisa estar irrigando, mais uma vez extraindo o recurso. Então é uma coisa que prejudica a todos, de forma generalizada", avalia.

Todos os biomas perderam superfície de água entre 1985 e 2022, com destaque para o Pantanal, onde a retração foi de 81,7%. Em segundo lugar vem a Caatinga, que já é o bioma mais seco do país e que perdeu quase 19,1%. Mata Atlântica (-5,7%), Amazônia (-5,5%), Pampa (-3,6%) e Cerrado (-2,6%) também ficaram mais secos. 

A redução do Pantanal fez com que Mato Grosso do Sul ocupasse a liderança entre os estados com maior perda de superfície de água. A retração foi de 57%.


Card Bem Viver / Brasil de Fato

Sintonize

O programa Bem Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo.  

Em diferentes horários, de segunda a sexta-feira, o programa é transmitido na Rádio Super de Sorocaba (SP); Rádio Palermo (SP); Rádio Cantareira (SP); Rádio Interativa, de Senador Alexandre Costa (MA); Rádio Comunitária Malhada do Jatobá, de São João do Piauí (PI); Rádio Terra Livre (MST), de Abelardo Luz (SC); Rádio Timbira, de São Luís (MA); Rádio Terra Livre de Hulha Negra (RN), Rádio Camponesa, em Itapeva (SP), Rádio Onda FM, de Novo Cruzeiro (MG), Rádio Pife, de Brasília (DF), Rádio Cidade, de João Pessoa (PB), Rádio Palermo (SP), Rádio Torres Cidade (RS); Rádio Cantareira (SP); Rádio Keraz; Web Rádio Studio F; Rádio Seguros MA; Rádio Iguaçu FM; Rádio Unidade Digital ; Rádio Cidade Classic HIts; Playlisten; Rádio Cidade; Web Rádio Apocalipse; Rádio; Alternativa Sul FM; Alberto dos Anjos; Rádio Voz da Cidade; Rádio Nativa FM; Rádio News 77; Web Rádio Líder Baixio; Rádio Super Nova; Rádio Ribeirinha Libertadora; Uruguaiana FM; Serra Azul FM; Folha 390; Rádio Chapada FM; Rbn; Web Rádio Mombassom; Fogão 24 Horas; Web Rádio Brisa; Rádio Palermo; Rádio Web Estação Mirim; Rádio Líder; Nova Geração; Ana Terra FM; Rádio Metropolitana de Piracicaba; Rádio Alternativa FM; Rádio Web Torres Cidade; Objetiva Cast; DMnews Web Rádio; Criativa Web Rádio; Rádio Notícias; Topmix Digital MS; Rádio Oriental Sul; Mogiana Web; Rádio Atalaia FM Rio; Rádio Vila Mix; Web Rádio Palmeira; Web Rádio Travessia; Rádio Millennium; Rádio EsportesNet; Rádio Altura FM; Web Rádio Cidade; Rádio Viva a Vida; Rádio Regional Vale FM; Rádio Gerasom; Coruja Web; Vale do Tempo; Servo do Rei; Rádio Best Sound; Rádio Lagoa Azul; Rádio Show Livre; Web Rádio Sintonizando os Corações; Rádio Campos Belos; Rádio Mundial; Clic Rádio Porto Alegre; Web Rádio Rosana; Rádio Cidade Light; União FM; Rádio Araras FM; Rádios Educadora e Transamérica; Rádio Jerônimo; Web Rádio Imaculado Coração; Rede Líder Web; Rádio Club; Rede dos Trabalhadores; Angelu'Song; Web Rádio Nacional; Rádio SINTSEPANSA; Luz News; Montanha Rádio; Rede Vida Brasil; Rádio Broto FM; Rádio Campestre; Rádio Profética Gospel; Chip i7 FM; Rádio Breganejo; Rádio Web Live; Ldnews; Rádio Clube Campos Novos; Rádio Terra Viva; Rádio interativa; Cristofm.net; Rádio Master Net; Rádio Barreto Web; Radio RockChat; Rádio Happiness; Mex FM; Voadeira Rádio Web; Lully FM; Web Rádionin; Rádio Interação; Web Rádio Engeforest; Web Rádio Pentecoste; Web Rádio Liverock; Web Rádio Fatos; Rádio Augusto Barbosa Online; Super FM; Rádio Interação Arcoverde; Rádio; Independência Recife; Rádio Cidadania FM; Web Rádio 102; Web Rádio Fonte da Vida; Rádio Web Studio P; São José Web Rádio - Prados (MG); Webrádio Cultura de Santa Maria; Web Rádio Universo Livre; Rádio Villa; Rádio Farol FM; Viva FM; Rádio Interativa de Jequitinhonha; Estilo - WebRádio; Rede Nova Sat FM; Rádio Comunitária Impacto 87,9FM; Web Rádio DNA Brasil; Nova onda FM; Cabn; Leal FM; Rádio Itapetininga; Rádio Vidas; Primeflashits; Rádio Deus Vivo; Rádio Cuieiras FM; Rádio Comunitária Tupancy; Sete News; Moreno Rádio Web; Rádio Web Esperança; Vila Boa FM; Novataweb; Rural FM Web; Bela Vista Web; Rádio Senzala; Rádio Pagu; Rádio Santidade; M'ysa; Criativa FM de Capitólio; Rádio Nordeste da Bahia; Rádio Central; Rádio VHV; Cultura1 Web Rádio; Rádio da Rua; Web Music; Piedade FM; Rádio 94 FM Itararé; Rádio Luna Rio; Mar Azul FM; Rádio Web Piauí; Savic; Web Rádio Link; EG Link; Web Rádio Brasil Sertaneja; Web Rádio Sindviarios/CUT.  

A programação também fica disponível na Rádio Brasil de Fato, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O programa Bem Viver também está nas plataformas: Spotify, Google Podcasts, Itunes, Pocket Casts e Deezer.  

Assim como os demais conteúdos, o Brasil de Fato disponibiliza o programa Bem Viver de forma gratuita para rádios comunitárias, rádios-poste e outras emissoras que manifestarem interesse em veicular o conteúdo. Para fazer parte da nossa lista de distribuição, entre em contato por meio do formulário

Edição: Geisa Marques