BLOCO SEM TERRA

Bloco Sem Terra volta às ladeiras de Olinda (PE) com homenagem a Guitinho da Xambá

O bloco fundado pelo Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra leva a defesa da democracia para a folia

Brasil de Fato | Recife (PE) |
O Bloco Sem Terra, que está em sua 23ª edição, é organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e leva alegria, política e democracia para as ladeiras de Olinda - Ashlley Melo

Em meio à festa carnavalesca nas ladeiras de Olinda, a resistência e a luta dos movimentos populares também está presente em  uma das maiores festas de carnaval de rua do país. O Bloco Sem Terra, que está em sua 23ª edição, é organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e leva alegria, política e democracia para as ladeiras de Olinda.

“Olinda respira política, em todos os espaços a gente vê o pessoal gritando ‘Fora Bolsonaro!’, dizendo não à anistia, pedindo punição a Bolsonaro. Então, isso aqui é uma grande manifestação cultural e política”, é o que destaca o dirigente do MST, Jaime Amorim.

Esta edição homenageou Guitinho da Xambá, que foi um dos fundadores do grupo musical Bongar, que promove a divulgação da cultura do terreiro de Xambá, em Olinda, e do candomblé. Guitinho era cantor, compositor e defendia a luta dos povos de terreiro através da arte.

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“A ideia é homenagear  todos aqueles que lutaram, que foram importantes, que deixaram um legado importante. Ele deixou um legado importante e essa homenagem faz parte desse processo. O bloco sai com homenagem a Guitinho, mas também com homenagem à democracia, de nós defendermos a democracia como uma questão fundante e decisiva para nós reconstruirmos esse país”, aponta.


A aposentada Silmeria Norat já participa do bloco há várias edições e, enquanto foliã, destaca a importância deste carnaval / Lucila Bezerra

O percurso que saiu da Praça do Baobá, popularmente conhecida como Fortim do Queijo, percorreu as ladeiras da cidade alta recebendo apoio de quem passava. A aposentada Silmeria Norat já participa do bloco há várias edições e, enquanto foliã, destaca a importância deste carnaval.

“É muito importante a militância estar em eventos do porte do carnaval para a gente sempre pontuar a nossa posição, porque é muito importante isso das pessoas que participam de uma festa tão grande como é o carnaval terem essa noção dos movimentos populares, como o MST, principalmente”, aponta

A foliã tem percebido a receptividade aos blocos e fantasias que trazem temas políticos e da esquerda. “Eu tenho andado pelas ruas de Olinda com minhas plaquinhas, com minhas plaquinhas de esquerda e tenho sido muito bem recebida. As pessoas realmente estão comemorando esta vitória da democracia com a vitória de Lula”, conclui.
 

Fonte: BdF Pernambuco

Edição: Monyse Ravena