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Governadora do DF defende PM acusada de truculência: "foliões levaram gás de pimenta"

Deputados progressistas prometem discutir atuação dos policiais na Câmara Legislativa

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Celina Leão e secretário da Segurança em coletiva sobre o Carnaval - Tony Oliveira/Agência Brasília

Durante o balanço do Carnaval de Brasília nesta quarta-feira (22) a governadora em exercício do DF, Celina Leão, saiu em defesa dos policiais militares diante das denúncias de truculência na festa. A governadora reforçou a versão da PM de que foliões teriam levado gás de pimenta para os blocos e elogiou a atuação da corporação que segundo ela já está “machucada” pelo dia 8 de janeiro - data em que os policiais do DF não impediram que bolsonaristas destruíssem prédios públicos em Brasília.

“É difícil mesmo, porque tem gente que num gosta mesmo nem de vê polícia. A gente sabe disso, mas para garantir a segurança dos próprios foliões a gente tinha que ter polícia nas ruas e a nossa polícia é muito bem treinada” disse a governadora após ser questionada sobre a truculência da PM do DF na dispersão dos blocos de carnaval.

Segundo ela, foi apreendido em um dos blocos gás de pimenta de uso restrito das forças de segurança. “As pessoas levaram, não sabem manipular aquilo também e muitas vezes recaem sobre a polícia militar”, completou.

:: Foliões denunciam truculência da PM nos bloquinhos de carnaval do DF ::

O novo secretário de Segurança Sandro Torres Avelar, que tomou posse após o fim da intervenção federal no DF classificou como “crítico” o momento da dispersão dos blocos de carnaval. “A dispersão é aquele momento em que o folião já tomou muito [bebida alcoólica], não quer terminar a festa, mas a festa precisa terminar”, afirmou Avelar, destacando que havia um horário a ser cumprido, que foi discutido entre os blocos, moradores e o governo.

Durante o Carnaval de Brasília diversos foliões denunciaram nas redes sociais a ação truculenta da PM com relatos, fotos e vídeos do uso excessivo de spray de pimenta e abordagens violentas em diferentes blocos do Plano Piloto, Taguatinga e Planaltina.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa, Fábio Félix (PSOL) classificou como “intolerável” ação da PM e avisou que o assunto será discutido no parlamento. “Vamos exigir respostas sobre a dispersão violenta da PM” disse Félix. Também repudiaram os atos em redes sociais os deputados distritais Max Maciel (PSOL), Gabriel Magno (PT), dentre outros progressistas de oposição no DF.

Balanço do carnaval

O Carnaval de Brasília contou com 120 blocos e mais de 1,5 milhão de pessoas participaram da festa, segundo estimativas do GDF. O governo informou ainda que houve uma queda de 24% de ocorrências policiais em comparação a 2020 (último ano do carnaval paralisado em decorrência da pandemia do Covid 19). No entanto, a governadora classificou o bloco Raparigueiros, como um “caso isolado”, pois oito pessoas foram esfaqueadas, mas segundo ela nenhuma está em estado grave.

“Pessoas estão indo para lá [bloco raparigueiros] pra cometer crimes e violência. Então talvez um trabalho preventivo com esse bloco permita que ele saia novamente”, disse Celina ressaltando que no atual formato a “tendência” é que o GDF não permita mais a saída do Raparigueiros, que ocorreu no domingo (19) e reuniu mais de 120 mil pessoas. Em nota a direção do bloco repudiou os episódios de violência e disse que vão se reunir com representantes do governo.

O secretário de Cultura, Bartolomeu Rodrigues, também presente na coletiva destacou os pontos positivos do Carnaval de Brasília como o aumento do público, a geração de empregos e a movimentação econômica. Segundo ele, a festa gerou ao menos 17 mil empregos indiretos e movimentou em torno de 20% a mais na economia da cidade, por meio de serviços de hospedagem, viagem, restaurante e eventos.

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Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Flávia Quirino