Trabalho Escravo

Órgãos públicos garantem que 206 trabalhadores resgatados em vinícolas terão verbas rescisórias

MPT fecha Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com empresário para garantir pagamento parcial de verba rescisória

São Paulo | SP |

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Trabalhadores resgatados são alvo de TAC firmado entre MP e empresário - Foto: Divulgação/PRF

Em entrevista coletiva no último sábado (25), o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/RS), a Polícia Rodoviária Federal, a Polícia Federal e a Secretaria de Assistência Social do município de Bento Gonçalves confirmaram que 206 pessoas que trabalhavam em condições análogas à escravidão em vinícolas de São Bento, na serra gaúcha, terão acesso a verbas rescisórias.

A coletiva serviu para que o poder público gaúcho anunciasse os próximos passos da força-tarefa que investigará o grupo de empresários que usava a mão de obra dos trabalhadores para a colheita da safra da Aurora, Salton e Garibaldi.

A maioria dos trabalhadores resgatados, que possuem entre 18 e 57 anos, é oriunda de municípios da Bahia. Na noite de sexta-feira (24), eles receberam parte das verbas e começaram a voltar para seus estados natais em quatro ônibus fretados, com garantia de custeio da alimentação durante o trajeto. Do total, 12 trabalhadores permaneceram no Rio Grande do Sul, por serem residentes ou por não terem manifestado interesse em retornar.

As pessoas resgatadas trabalhavam para Oliveira & Santana, terceirizada que fornecia mão de obra para vinícolas e produtores rurais na época da colheita da uva. O proprietário da empresa é Pedro Augusto Oliveira Santana, que foi preso em flagrante na quinta-feira (23), mas foi solto após pagar fiança de R$ 39.060.

O MPT negociou um primeiro Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com a Oliveira e Santana, para garantir o pagamento de R$ 500 em dinheiro para cada trabalhador, como verba rescisória inicial.

A determinação do poder público é que a Oliveira & Santana acerte o restante da verba rescisória até 28 de fevereiro com os trabalhadores, via PIX, com comprovantes enviados ao MPT.

Edição: Thales Schmidt