Plano de paz

Plano de paz da China para Ucrânia será um 'processo longo', diz Kremlin

Proposta foi apresentada no aniversário de um ano da guerra; EUA e Ucrânia criticaram

Rio de Janeiro |
O presidente da China, Xi Jinping, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, se reúnem à margem da cúpula da Organização de Cooperação de Xangai, em 15 de setembro de 2022. - Alexandr Demyanchuk / SPUTNIK / AFP

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou nesta segunda-feira (27) que o plano de paz proposto pela China para a Ucrânia merece atenção, mas estudar seus detalhes será um processo longo e árduo.

Na última sexta-feira (24), no dia em que a guerra completou um ano, a China divulgou um plano de paz para a retomada das negociações entre Rússia e Ucrânia. O documento é composto por 12 pontos. Entre eles estão os apelos ao fim das hostilidades, à retomada das negociações, ao abandono da mentalidade da Guerra Fria, à redução dos riscos estratégicos e ao respeito à soberania de todos os países.

O Kremlin avaliou positivamente a iniciativa do país asiático e afirmou que pretende estudar seus detalhes, mas até agora não vê a possibilidade de alcançar uma paz real. 

“Qualquer tentativa de desenvolver um plano que contribua para a transferência do conflito para um curso pacífico merece atenção. Estamos prestando muita atenção ao plano dos nossos amigos chineses”, disse o porta-voz do Kremlin.

Ele esclareceu que os detalhes do plano ainda precisam ser analisados ​​com cuidado, levando em consideração "os interesses de várias partes". "Este é um processo muito longo e intenso", acrescentou.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou anteriormente que Kiev não concorda com vários pontos do documento da China sobre a guerra. No entanto, ele permitiu que a declaração fosse discutida com Pequim. Zelensky enfatizou que a Ucrânia vê o isolamento da Rússia como uma prioridade. 

Já o presidente dos EUA, Joe Biden, criticou o "plano de paz" da China. Segundo o chefe da Casa Branca, a declaração é benéfica exclusivamente para Putin. O rechaço dos EUA à proposta também veio por meio do conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan. 

"A proposta de Pequim deveria ter terminado após o primeiro parágrafo, que pedia respeito à soberania de todos os países. A guerra pode terminar amanhã mesmo se a Rússia parar de atacar a Ucrânia e retirar suas tropas", destacou Sullivan.

Edição: Patrícia de Matos