Nesta sexta-feira (3), segundo dia seguido de operações policiais na favela da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que 41 escolas estão fechadas e prestam atendimento remoto aos alunos em função da instabilidade na região.
O protocolo foi acionado "para garantir a segurança dos nossos alunos e profissionais", afirmou o secretário Renan Ferreirinha nas redes sociais na noite da última quinta (2) após um dia de tiroteios em horário escolar.
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"A SME, em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, diante da realidade da segurança na cidade, implantou o Programa Acesso Mais Seguro, com orientações e procedimentos para a proteção da comunidade escolar", diz a nota.
Desde a madrugada, moradores relatam a presença de agentes e veículos blindados nas comunidades Parque União, Rubens Vaz, Parque Maré e Nova Holanda. De acordo com a PM, agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) fazem uma operação para localizar criminosos. Não há relatos de tiroteios.
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Na quinta (2), uma operação da Polícia Civil levou crianças a se jogarem no chão da escola para se proteger dos tiros. Imagens também mostram que pacientes de unidades de saúde se esconderam dos disparos. A ação interrompeu o funcionamento de clínicas da família na Maré.
Moradores relataram intenso tiroteio, uso de blindados e helicópteros. A corporação justificou que a operação da última quinta (2) tinha como objetivo evitar uma "guerra" entre facções rivais na localidade.
Segundo a polícia, "dados de investigação e de inteligência da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) dão conta de que há uma enorme tensão entre as duas facções criminosas atuantes no Complexo da Maré (CV e TCP), após a recente soltura da ex liderança do TCP, Nei da Conceição Cruz, o Facão, o qual teria se afastado da quadrilha".
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