ALERTA

Fiocruz aponta aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave por covid-19 no país

Recomendação é para que a população esteja em dia com a vacinação para evitar casos graves da doença

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
De acordo com a Fiocruz, 16 estados apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo - ©Waldemar Brandt/Unsplash

O boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta sexta-feira (3), aponta para o aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19. De acordo com o levantamento, 16 estados, entre eles Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia, apresentam crescimento da SRAG na população. 

Diante desse cenário, o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, reforça que a adesão à campanha de vacinação, que se iniciou nesta semana, é essencial. Para enfrentar esse momento de forma mais segura, é fundamental que toda a população esteja em dia com a sua vacinação, de acordo com as doses recomendados para cada faixa etária. 

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Gomes ressalta que, no caso dos grupos prioritários, o reforço nessa fase de retomada da covid-19 pode evitar que o quadro observado gere um impacto em termos de casos graves, internações e óbitos. Por outro lado, o pesquisador destaca que esse aumento pode atingir também as demais faixas etárias nas próximas semanas. "O sinal que se inicia na população idosa é um reflexo de que o vírus pode estar ganhando força novamente, aumentando assim a sua transmissão", afirma o pesquisador.

Segundo a Fiocruz, o estudo ainda mostra a manutenção de crescimento expressivo de SRAG entre crianças e adolescentes em estados de diferentes regiões do país. A Fundação destaca que os dados laboratoriais ainda não permitem afirmar com clareza qual é o agente infeccioso por trás do aumento na faixa etária.

A análise do boletim InfoGripe apontou que as últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 2,4% para influenza A; 2,7% para influenza B; 26,6% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 52,1% para Sars-CoV-2. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 3,2% para influenza A; 1,6% para influenza B; 2,4% para VSR; e 92,1% para Sars-CoV-2.

Os estados

De acordo com a Fiocruz, 16 estados apresentam crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas): Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina e São Paulo. 

O levantamento apontou que em Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina, o aumento de casos de SRAG está concentrado em crianças e adolescentes. Assim como em São Paulo, os dados laboratoriais não permitem identificar a causa associada a esse aumento. 

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No Ceará e Rio de Janeiro, também há aumento na população a partir de 80 anos, possivelmente associada à covid-19. No Amapá, Pará e Roraima, o sinal observado ainda é compatível com cenário de oscilação em período de baixo volume de casos, embora o aumento no Amazonas sirva de alerta para os estados da mesma região.

Os dados coletados são referentes ao período de 19 a 25 de fevereiro, a análise tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 27 de fevereiro.
 

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Jaqueline Deister