absurdo

Metade da população Yanomami não está contabilizada, estima IBGE

Conhecer o número real de indivíduos da população é fundamental para garantir políticas públicas adequadas

|

Ouça o áudio:

Ações de saúde e de assistência social, bem como as de proteção da terra, demandam amplo conhecimento sobre a população local - Foto: Igor Evangelista/ MS

Os ministérios do Planejamento, da Justiça e Segurança Pública e dos Povos Indígenas assinaram, nesta quinta-feira (2), um termo de cooperação com o IBGE para finalizar o Censo Demográfico na Terra Indígena Yanomami.

A ação começa na próxima segunda-feira (06) e deve durar entre 20 e 30 dias. O IBGE estima que falta a contagem de cerca de metade da população que vive na região.

Leia mais: Exclusivo: expulsar garimpeiros de terras indígenas custará R$ 70 milhões, prevê Funai

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, defendeu a credibilidade do IBGE e ressaltou o simbolismo de encerrar o censo com a população indígena.

"Ninguém vai ficar pra trás e que todas as crianças em Yanomamis também estarão bem alimentadas, bem assistidas e com o raio-X do IBGE, com políticas públicas eficientes baseadas em evidências", disse Tebet.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que o país vive um momento de "negacionismo censitário" e disse que colocará três helicópteros à disposição dos pesquisadores.

"Nós estamos também enfrentando um negacionismo censitário. Que é uma das modalidades perversas desses múltiplos negacionismos que se implantaram no nosso país. Celebramos o hino nacional que diz que a nossa pátria, a mãe gentil dos filhos deste solo. Muito bem, para ela ser gentil é preciso que nós saibamos quem são e onde estão os filhos dessa pátria", disse Dino.

A Polícia Rodoviária Federal e o Ministério da Defesa também vão participar da operação do censo no território Yanomami.