CENTRAL DO BRASIL

No 8 de março, foco dos movimentos será salário e combate à violência e ao conservadorismo

"A democracia está na pauta do 8 de março", diz integrante da Marcha Mundial das Mulheres

Brasil de Fato| Recife(PE) |
Movimentos e coletivos devem pautar também a resistência ao avanço do conservadorismo na sociedade - Marcha Mundial de Mulheres

Os movimentos e coletivos feministas já estão concluindo os preparativos para as manifestações do Dia Internacional da Mulher, no próximo oito de março. Este ano, temas como valorização do salário mínimo, combate à violência e enfrentamento ao conservadorismo devem pautar as atividades. 

Este foi o assunto da entrevista desta sexta-feira(03) do programa Central do Brasil, com a participação de Rejane Medeiros, integrante da Marcha Mundial das Mulheres. Ela descreveu os principais assuntos que devem atravessar as mobilizações do oito de março este ano. 

"Nós temos muitas urgências. Para nós, a valorização do salário mínimo é muito importante porque vai fortalecer aumento da renda, o enfrentamento às desigualdades e à fome", destacou, relembrando a importância da renda neste período de retomada da economia. 

::Lula confirma salário mínimo de R$ 1.320 e isenção de R$ 2.640 no IR a partir de maio::

O combate à violência contra a mulher também será central nas manifestações. Ela explicou que os movimentos devem pautar o fortalecimento das campanhas de comunicação e também das políticas públicas mais efetivas. 

"Nesse último período, nós tivemos um ataque considerável, nós tivemos um aumento da violência. E esse tema é muito caro para o feminismo. Precisamos reforçar enfretamento à violência e a preparação de políticas públicas, de ações que trabalhem a prevenção, porque nesse contexto do avanço do conservadorismo enfrentar a violência contra a mulher é fundamental."

Diante dessa agenda de luta ampla, Rejane afirma que a mobilização tem que ser permanente. 

"As mulheres tiveram um protagonismo nas ruas e nas lutas e tiveram um papel fundamental na mudança de governo. Por isso, fortalecer a democracia é muito importante. É a partir da democracia que a gente garante a participação efetiva das pessoas e garante que as pessoas sejam ouvidas. Nós, mulheres, queremos ser ouvidas", explicou

::Movimentos populares preparam ações contra a política do BC e por aumento do salário mínimo::

Rejane relembrou das batalhas nas ruas contra a aprovação da Reforma da Previdência e Trabalhista, citando o protagonismo das mulheres, e apontou que o desafio permanece,  mesmo com a vitória do presidente Lula nas últimas eleições. Ela explica que movimento conservador permanece organizado e exigirá ampla resistência do campo progressista. 

"O debate da democracia está na pauta deste oito de março. Nós vivemos um momento de avanço do conservadorismo e estas forças conservadoras estão organizadas. Nós temos que nos manter nas ruas, e o governo tem que realizar ações que fortaleçam um país e um governo democrático"

A entrevista completa de Rejane Medeiros, da Marcha Mundial das Mulheres, você pode acompanhar na edição desta sexta-feira(03) do programa Central do Brasil

Assista ao programa completo agora 




E tem mais! 

Além da entrevista com a Rejane Medeiros, você pode ficar por dentro de outros assuntos. Uma reportagem de Lucila Bezerra, direto de Pernambuco, mostra iniciativas de coletivos e movimentos para garantir dignidade menstrual para as mulheres mais pobres. 

Segundo dados da Agência Tatu, 4 em cada 10 mulheres no Nordeste são afetadas pela pobreza menstrual. Este dado representa milhares de mulheres em toda a região que não possuem acesso a itens de higiene menstrual.

No próximo domingo(05),  a morte de Hugo Chávez completa dez anos. Mas a figura do ex-presidente  continua presente nas ruas de Caracas. O correspondente Lucas Estanislau apresenta como a trajetória do líder venezuelano inspira o movimento muralista no país, uma arte famosa por expressar ideias políticas na América Latina. 

O programa Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. Ele é exibido de segunda a sexta-feira, às 12h30, ao vivo, pela Rede TVT e por emissoras públicas parceiras espalhadas pelo país. 

Edição: Rodrigo Durão Coelho