Os deputados federais pelo PSOL Fernanda Melchiona (RS) e Chico Alencar (RJ) se reuniram nesta terça-feira (7) com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para discutir o fim do comércio de armas entre Brasil e Peru. Os parlamentares e organizações convidadas se mostraram preocupados com a repressão contra o movimento popular no Peru, após a queda e prisão de Pedro Castillo, no dia 7 de dezembro de 2022.
A iniciativa do encontro foi dos parlamentares. O mandato de Melchiona enviou ao Itamaraty um ofício requerendo o fim do comércio de armas entre Brasil e Peru.
De acordo com informações do jornal peruano La República, a empresa Condor Indústria Química, localizada em Nova Iguaçu (RJ), vendeu, em 20 de dezembro de 2022, ainda sob o governo de Bolsonaro, produtos de defesa no valor de US$ 495 mil ao governo peruano. Os artefatos têm sido usados para reprimir manifestantes peruanos desde a intensa onda de protestos conduzida pelo movimento sindical e popular no país vizinho.
Na reunião, Mauro Vieira comprometeu-se a analisar a questão do envio de armas e disse, também, que levaria o pleito ao presidente Lula. Os presentes, entre os quais também estava a ex-deputada federal pelo PSOL, Vivi Reis (PA), solicitaram ao ministro que levasse ao presidente Lula um pedido de pronunciamento oficial do Brasil pela paz no Peru e contra as violações de direitos humanos que ocorrem contra o povo peruano.
Organizações políticas como a Consulta Popular se somaram a esta iniciativa e lembraram na reunião que, em 1º de fevereiro, entregaram, junto com cerca de 270 entidades e personalidades, entre as quais MST, Associação Brasileira de Imprensa, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Levante Popular da Juventude, Psol/MES, Juntos, Alba Movimentos, abaixo-assinado nas sedes dos Consulados do Peru no Brasil, requerendo a saída imediata de Dina Boluarte do governo, a realização de novas eleições, a convocatória de uma Constituinte, a liberdade de Pedro Castillo e de demais presos políticos no país.
Os atos de solidariedade e entrega no abaixo-assinado aconteceram no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Curitiba.
