Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

Reconhecimento

Uma homenagem às Guardiãs da Floresta e defensoras da Casa Comum

São mulheres que representam muitas outras da Amazônia nessa ciranda da vida

09.mar.2023 às 15h07
Roraima (RR)
Márcia Maria de Oliveira

O protagonismo das mulheres indígenas na luta por direitos e relação com a natureza na entrevista da ativista Txai Suruí no Bem Viver na TV - Ana PessoaMídia Ninja

Recentemente, a professora Iraildes Caldas lançou, pela Editora da Universidade Federal do Amazonas (2023), a coletânea Agroecologia e transferência de tecnologias sociais nas comunidades do baixo amazonas: um olhar para as práticas sociais das mulheres da floresta.

São escritos como estes que inscrevem mulheres de toda Amazônia nos processos de trocas de conhecimentos e de experiências de cuidado e proteção do território, de defesa da vida e da dignidade de todos os povos da Amazônia tendo como protagonistas as mulheres nos seus mais variados rostos e perspectivas. 

A leitura desta coletânea nos faz entender que a rede de trocas é imensa e se compara a uma ‘grande ciranda’ que recolhe para a ‘dança da vida’ mulheres que recolhem em si o corpo e os rostos de tantas outras mulheres.

Nesse breve artigo, nomeamos algumas mulheres que representam categorias e grupos inteiros que se reconhecem Guardiãs da Floresta e defensoras da Casa Comum. É uma forma singela de nomear e homenagear todas as mulheres da Amazônia nesse conjunto de mulheres. 

Na ciranda de todas as mulheres, quem começa a dança é Alessandra Korap Munduruku que recebeu o Prêmio Robert F. Kennedy de Direitos Humanos por sua atuação como ativista em defesa dos direitos indígenas e pela preservação ambiental. Alessandra levanta sua voz com bravura e coragem e junto com ela, entram na dança todas as mulheres indígenas na luta organizada em defesa de seus territórios.

As mulheres indígenas também estão nas cidades. Mais de 46% dos Povos Indígenas do Brasil vivem nas cidades. Marcivana Sateré, auditora do Sínodo da Amazônia, com habilidade e muita sabedoria vem tecendo fios de esperança sobre territorialidade e o direito à cidade, como lugar de pertencimento e identidade dos povos indígenas. Somam-se a ela, na grande ciranda, multidões de mulheres indígenas que vivem nas cidades da Amazônia e reafirmam que o espaço urbano também é território indígena que precisa ser respeitado, amado e defendido na Amazônia e recordam ainda que “o lugar da mulher e é onde ela quiser estar”.

Lá do Tapajós entram na roda cirandeiras Maria José Caetano Maitapu, Auricélia Arapium e Ivete Bastos, camponesas extrativistas que defendem a consulta prévia às comunidades para o futuro da Resex Tapajós-Arapiuns, no Pará, e por isso estão ameaçadas de morte. Somam-se a elas todas as camponesas e extrativistas que sofrem ameaças e martírio por teimar em guardar a floresta e defender a Casa Comum.  

Do coração de Anapu e do mais alto dos céus, vela por elas a irmã Dorothy Mae Stang e todas as mulheres mártires da luta e da caminhada na Amazônia. 

Do noroeste da Amazônia Brasileira entra na ciranda de todas as mulheres a luta de Maria Petronila Neto, coordenadora da Comissão Pastoral da Terra de Rondônia e também auditora do Sínodo da Amazônia. Petrô entra na roda com todas as mulheres da agricultura familiar, da agroecologia e da luta pela terra que lutam todos os dias contra as queimadas, o latifúndio, o agronegócio gerador dos monocultivos e dos conflitos socioambientais.

Desde 1975 a Igreja Católica no Brasil assumiu a luta pela terra que se transformou em defesa dos direitos humanos, da floresta e da Casa Comum. 

Nas fronteiras internacionais, entra na grande ciranda as mulheres na política. É Joênia Wapichana, a primeira Deputada Federal indígena quem convoca as mulheres de todas as etnias para entrar na roda da política em defesa do território e da Casa Comum e recorda que a presidência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) é o espaço político da defesa de todos os povos e seus territórios.

É o espaço de resistência ao genocídio, ao etnocídio e ao terricídio. Tem o reforço que vem de outra mulher valente da Amazônia maranhense: Sônia Guajajara também entra na roda e reforça a luta com o Ministério dos Povos Indígenas. 

Da Amazônia Peruana Yesica Patiachi, líder do povo Harakmbut, professora bilíngue de Puerto Maldonado, também auditora do Sínodo da Amazônia entra na roda e convida todas as jovens mulheres corajosas para denunciar ao mundo todas as violações aos Direitos Humanos sofridas por causa da mineração, da exploração do petróleo, das madeireiras e de todas as formas de destruição da Casa Comum.

Nos microfones internacionais, soma-se a ela outras vozes de denúncia: Txai Suruí, jovem indígena brasileira do Povo Suruí (Rondônia) que discursou na abertura da COP26; Anitalia Claxi Pijachi Kuyuedo, promotora da identidade cultural e da educação bilíngue do Povo Indígena Huitoto Ocaina (Colômbia); a religiosa Gloria Liliana Franco Echeverri, presidente da Conferência Latinoamericana de Religiosos e a antropóloga Tânia Ávila Meneses, da Amazônia Boliviana.. Junto com elas, fazem coro as vozes de todas as mulheres guardiãs da floresta e defensoras da casa comum.
A professora Ima Célia Guimarães Vieira da Universidade Federal do Pará, a mais importante ecóloga da Amazônia também vem para cirandar e convida para a roda todas as intelectuais da academia e do povo numa soma de conhecimento que reconhece todos os saberes na defesa da floresta. Do Sul do Pará, a jornalista Eliane Brum, diretamente “do centro do mundo” empresta sua voz e sua escrita clara, direta, objetiva e crítica para somar ao coro das denúncias das injustiças na Amazônia. E traz com ela todas as jornalistas que dão voz e vez às mulheres da Amazônia. 

Novamente de Roraima, Elisangela Dias Barbosa e Gilmara Fernandes Ribeiro, missionárias do Conselho Indigenista Missionário (Cimi Regional Norte I) convidam para a  ciranda as mulheres que ensinam os cantos e danças Parixara que carregam a força da ancestralidade e da luta por direitos e reconhecimento. 

Lá do Acre, quem convoca todas as mulheres é a coordenadora da Cáritas, Aurinete Souza Brasil Freire na luta e defesa dos migrantes e refugiados. Responde ao seu chamado a Edilaine Guarini de Oliveira da articulação da Cáritas do Noroeste e a Irmã Valdiza Carvalho do Serviço Pastoral dos Migrantes.

Todas as mulheres migrantes e refugiadas respondem à convocação e entram na ciranda das Guardiãs da Floresta e defensoras da Casa Comum.

Do Amapá entra na ciranda a psicóloga e mestre em fronteiras Talita Pontes que integra o Núcleo Igreja e Fronteiras da Rede Eclesial Pan Amazônica (REPAM). Na mesma roda entra Marie Henriqueta Ferreira Cavalcante, Professora, Defensora de Direitos Humanos Coordenadora da Comissão Justiça e Paz-CNBB N2 Pará- Amapá; Verônica Rubi de Tabatinga, diocese do Alto Solimões responde a convocação e faz entrar na roda a irmã Roselei Bertoldo, secretária do Regional Norte 1 da CNBB para somar na luta de enfrentamento à violência contra as mulheres e ao tráfico humano, especialmente de mulheres para fins de exploração sexual comercial na Amazônia.

Junto com elas seguem na ciranda todas as mulheres que se somam na defesa da vida e da dignidade de todas as mulheres da Amazônia. Lá de Brasília, mas, com os pés e o coração no território, quem dá o compasso da Ciranda de todas as mulheres Guardiãs da Floresta e defensoras da Casa Comum é a equipe da REPAM que nos anima e nos fortalece para seguir na dança com a Irmã Maria Irene Lopes,a Jéssica Castro, a Maria José Lisboa, a Ana Caroline Lira, a Dorismeire Vasconcelos e a Arlete Gomes.

Com elas, nossa ciranda de mulheres da Amazônia fica mais diversa e bonita. Com elas, inscrevemos todas as mulheres de luta e caminhada no território e nos recordam que é tempo ainda de amar sem fronteiras, do amor ser a bandeira de união do mundo inteiro. 

Ainda creio que essas flores separadas são flores perfumadas em um só canteiro. É tempo ainda de ver que a esperança não é só uma dança de fumaça pelo ar.

Ainda sonho que o sol da nova era, coroando a grande espera, seja a luz de um novo olhar. Eu canto forte essa canção que encerra a comunhão da terra pela soma dos quintais, mas pergunto ao Criador que fez a gente, por que assim tão diferentes para sermos iguais? 

 

 * Márcia Oliveira é professora da Universidade Federal de Roraima e assessora da REPAM-Brasil

** Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

 

Editado por: Rodrigo Durao Coelho
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Direito de morar

Ocupação dos Queixadas celebra 6 anos em SP sob ameaça de despejo

Dia Nacional do Funk

No fundo, a mensagem é ‘fique longe do crime’, diz musicólogo sobre letras do funk

90 dias sem justiça

Três meses após PM matar senegalês Ngagne Mbaye, ambulantes vão às ruas de SP pelo fim da Operação Delegada

ENERGIA

Nova medida provisória tenta evitar alta na conta de luz após derrubada de vetos

MORADIA

Moradores da ocupação Porto Príncipe fecham avenida em SP contra ordem de despejo

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.