Conflito

Sobe recrutamento nas Forças Armadas alemãs em meio à guerra na Ucrânia

Cifra de novos soldados na Bundeswehr cresce 12% em 2022 em relação ao ano anterior

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O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, em frente a um veículo de infantaria Marder, parte da ajuda do país à Ucrânia na guerra - Focke Strangmann/AFP

No ano marcado pela invasão russa em grande escala na Ucrânia, mais soldados entraram no serviço militar – não obrigatório – na Alemanha do que no ano anterior.

O número de recrutas aumentou em torno de 12% em 2022 em relação a 2021, tendo sido registrado o alistamento de 18.775 novos soldados e soldadas, segundo dados divulgados pelo Ministério da Defesa alemão a pedido da agência alemã de notícias DPA.

Esse aumento, porém, ficou abaixo do nível registrado antes da pandemia de covid-19. Em 2019, 20.170 mulheres e homens foram admitidos na Bundeswehr.

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A proporção de mulheres (17%) esteve levemente acima da registrada antes da pandemia (15%) e a de menores de idade aumentou de 8,5% em 2019 para 9,4% em 2022.

O número de mulheres e menores que iniciaram seus períodos na Bundeswehr também é superior ao do ano anterior. O Ministério esclarece que os menores de 18 anos não realizam nenhum tipo de serviço que exigiria o manuseio de armamentos.

Além disso, somente são contratados jovens com mais de 17 anos que são rigidamente examinados e que sejam capazes de atingir os critérios da profissão de soldado.

As siglas da coalizão de governo da Alemanha – o Partido Social-Democrata (SPD), o Partido Verde e o Partido Liberal Democrata (FDP) – firmaram um acordo que estabelece em nível federal que o treinamento com armas deve ser restrito aos soldados maiores de idade. O ministério disse que a implementação desse projeto ainda está em andamento.

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O serviço militar obrigatório na Alemanha foi suspenso em 2011, depois de 55 anos. O novo ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, afirmou pouco depois de assumir o cargo em janeiro deste ano que suspender a obrigatoriedade foi um erro, mas que seria algo que não se pode corrigir de maneira rápida.

Maioria apoia volta do serviço militar obrigatório

De acordo com uma nova sondagem do instituto Ipsos, 61% dos alemães é a favor da volta do serviço militar obrigatório. Enquanto 43% por cento disseram que deveria haver serviço militar obrigatório para todos os sexos, apenas 18% votaram pela reintrodução da obrigatoriedade apenas para homens. E 29% se disseram contra o serviço militar obrigatório.

O chanceler Olaf Scholz rejeitou em fevereiro um debate sobre a possibilidade de retomar a obrigatoriedade do serviço militar aos jovens do país.

No ano passado, a Alemanha abandonou sua tradicional política de não envolvimento em conflitos externos e passou a apoiar diretamente a Ucrânia na defesa contra a invasão russa, inclusive com o envio de armamentos pesados, como tanques de guerra.

rc (DPA)