Habitação

MTST acampa em frente à Prefeitura de SP e cobra promessa de construção de moradias populares

"Há mais de 30 milhões em caixa e o povo sem-teto precisando implorar pela sua casa", lamenta líder do movimento

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Movimento segue acampado no Viaduto do Chá e só sairá após reunião com Ricardo Nunes - Foto: MTST

O Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) está acampado em frente à Prefeitura de São Paulo desde a tarde da última terça-feira (14) para cobrar do prefeito Ricardo Nunes (MDB) uma promessa feita ao movimento, de que o governo municipal construiria moradias populares.

O acampamento foi montado após uma caminhada de militantes do MTST pela região central da capital paulista, que terminou na sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, no bairro do Anhagabaú.

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"A prefeitura, desde o início da gestão Bruno Covas, passando pelo início da gestão Ricardo Nunes, assumiu compromissos voltados ao atendimento habitacional de famílias da periferia de São Paulo que aguardam a sua moradia, mais de 10 anos. E surpreendentemente, desde o final do ano passado, não têm sido honrados, não tem caminhado, na prefeitura ", explicou Felipe Vono, da coordenação do MTST, em entrevista ao Brasil de Fato.

Segundo o movimento, o governo paulistano tem freado e burocratizado as negociações, impedindo o início da construção das moradias populares. Ainda de acordo com o MTST, a Prefeitura não tem respondido às reivindicações.

"São Paulo tem mais de 30 milhões guardados em caixa e o povo sem-teto precisando implorar pela sua casa. É inadmissível", afirmou Edvance Alarcon, coordenadora nacional do MTST.

"O prefeito tem dito que vai investir em moradia, que ela é sua prioridade. Mas o que a gente tem visto na prática? É uma injeção muito grande de investimentos voltada a construtoras, a grandes empreendimentos. E para aqueles que mais precisam, para aqueles que mais aguardam habitação na ponta, a gente ter visto a prefeitura virar as costas", completa Vono.

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O movimento afirma que só sairá da frente da Prefeitura quando for recebido por Ricardo Nunes ou tiver suas reivindicações atendidas. Até o momento, nenhum representante do governo falou com os manifestantes.

Outro lado

Procurada, a Prefeitura de São Paulo não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Edição: Nicolau Soares