Distrito Federal

CPI do golpe

Ex-comandante rebate SSP e diz que PM não recebeu informações corretas

Depoente reconhece que nunca havia visto “tanta facilidade” na invasão dos prédios

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Jorge Eduardo Naime responde questionamentos do deputado Chico Vigilante na CPI - Rinaldo Morelli/CLDF

O ex-comandante de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime, disse que sua corporação não recebeu as informações de inteligência sobre o tamanho dos atos do dia 8 de Janeiro, que culminaram na destruição dos prédios da Praça dos Três Poderes.

As afirmações de Naime, que estava de licença por razões pessoais no dia dos atos, foram feitas nesta quinta-feira (16) em depoimento na CPI dos atos antidemocráticos na Câmara Legislativa do DF (CLDF).

O depoente contrapôs algumas falas de Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário executivo da Secretária de Segurança Pública do DF (SSP/DF), que em seu depoimento à CPI responsabilizou a PM pelas falhas de segurança nos atos do dia 8 de Janeiro.

“Ele mesmo [Fernando Oliveira] falou em ata assinada por ele que a manifestação daquele final de semana era com ânimos tranquilos e baixa adesão”, destacou Naime.

:: “PM não planejou e não executou o plano acordado”, diz ex-secretário executivo da SSP na CPI ::

Em razão da licença Naime não participou da reunião de preparação da segurança do dia 8 de Janeiro, no entanto ele afirmou ao ser questionado pelo presidente da CPI, Chico Vigilante (PT) que “causa estranheza" terem usado somente os alunos do curso de formação da PM/DF na segurança para os atos. “Realmente eu acho que precisa haver uma revisão nessas escalas e ver se realmente isso aconteceu porque foge completamente do que é o nosso padrão”, afirmou o ex-comandante.

Jorge Naime que comandou a segurança na posse do presidente Lula, no final domingo anterior aos atos antidemocráticos disse que nesta ocasião a PM/DF utilizou um efetivo de 2193 policias. A informação de Chico Vigilante é que para a segurança do dia 8 de janeiro foram convocados  apenas penas 200 alunos do curso de formação e o restante da tropa estaria da "sobre aviso".

O depoente reconheceu que nunca havia visto “tanta facilidade” na invasão dos prédios. “Se todo mundo estava sabendo, por que só tinha 16 policiais no Congresso Nacional, de 500?”, questionou. Jorge Naime foi preso no dia 7 de fevereiro suspeito de se omitir no enfrentamento e colaborar com os atos golpistas de 8 de janeiro. A prisão foi autorizada  pelo Supremo Tribunal Federal, que nesta semana concedeu a Naime o direito permanecer em silêncio em depoimento na CPI.

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Edição: Flávia Quirino