Desumano

SP: Deputado pede que MPF investigue incineração de remédios pelo governo Bolsonaro

"É mais um episódio que representa bem como Jair Bolsonaro negligenciou propositalmente o SUS", disse Cortez (PSOL-SP)

São Paulo | SP |

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O presidente Jair Bolsonaro é acusado de crime de extermínio; na foto, ele exibe remédios ineficazes contra a covid-19 - Reprodução/Facebook - Jair Messias Bolsonaro

Na última quinta-feira (16), o deputado estadual Guilherme Cortez (PSOL-SP) entrou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) pedindo que o órgão investigue a incineração de remédios de alto custo, para pacientes com doenças raras, feito durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

"Está cada vez mais evidente que o governo Bolsonaro provocou o maior desmonte da saúde pública de que temos notícia. Denunciamos o descaso do governo durante a pandemia, que negligenciou com a compra da vacina. Agora, vem à tona o genocídio promovido contra o povo Yanomami e essa nova denúncia, de que o governo queimou remédios para doenças raras, HIV e câncer. Pode diretamente ter contribuído com a morte de mais brasileiros", afirmou Cortez, que classificou a conduta do ex-presidente "um crime contra a saúde pública e contra a humanidade."

Na representação, Cortez alerta o MPF que o descarte dos medicamentos "configura ato de improbidade administrativa, ilegal e contrário aos princípios básicos da administração pública."

O descarte dos medicamentos foi revelado pelo jornal Folha de São Paulo, que conseguiu as informações via Lei de Acesso à Informação (LAI). A relação mostra remédios que foram incinerados pelo governo Bolsonaro desde 2019. Ao todo, R$ 2 bilhões em medicamentos podem ter sido dispensados.

Na relação de itens incinerados estão duas doses do Spinraza, medicamento utilizado por pacientes com Atrofia Muscular Espinhal. Cara dose custou R$ 160 mil aos cofres públicos. Além disso, foram perdidos R$ 8,5 milhões em medicamentos destinados a pessoas com HIV.

Edição: Thalita Pires